Cerca do Mosteiro de São Miguel de Refojos de Basto

Norte | Cabeceiras de Basto

Cerca do Mosteiro de São Miguel de Refojos de Basto

A cerca deste mosteiro já não existe como tal. No entanto, a envolvente do Mosteiro de São Miguel de Refojos de Basto é rica em vestígios do que ela foi. Por trás do mosteiro corre a ribeira de Penoutas, transformada numa interessante estrutura hidráulica, acompanhado por uma série de edificações que testemunham ainda a sua forte associação a um passado agrícola. O mosteiro beneditino de São Miguel de Refojos de Basto é um dos maiores do norte do país, do séc. XVII, XVIII e XIX, possuindo, no entanto, origens muito antigas que remontam ao séc. XI. Possuía uma importante botica que fornecia outros mosteiros beneditinos, incluindo a casa-mãe de Tibães, em Braga. Localizado no centro da vila de Cabeceiras de Basto, que se desenvolveu à sombra do imponente mosteiro, a cerca desenvolvia-se na sua envolvente. Em frente ao mosteiro, encontra-se a Praça da República, onde domina a arquitetura da “casa de brasileiro”, aliás também parte da fachada do mosteiro, tornada residência de João António Fernandes Basto, após a extinção das ordens religiosas em 1834, foi remodelada segundo o gosto “brasileiro”.

O mosteiro encontra-se na proximidade do monte de Vinha de Mouros, local por onde se estendia a antiga cerca, onde atualmente se encontra um parque de merendas, um pequeno zoo e um centro hípico, rodeado ao longe pela Serra da Orada e o Monte da Senhora da Graça. Atualmente nas antigas dependências monacais encontram-se instalados os Paços do Concelho e o Colégio de São Miguel de Refojos.

A Praça da República encontra-se ajardinada com canteiros de buxo, pontudos por camélias e roseiras, culminando no topo com um cruzeiro barroco, a famosa estátua do guerreiro lusitano “O Basto” e o antigo Tribunal do Couto de Refojos, transformada na Casa do Barão de Basto, no séc. XIX.

A ladear o mosteiro, contornando-o encontra-se outra zona ajardinada, com elementos arquitetónicos pertencentes ao mosteiro, marcada pela presença da ribeira coberta por latada com glicínia. Num dos topos, da encosta sobranceira encontra-se interessante fonte do séc. XVIII, provavelmente feita segundo o risco de Frei José de Santo António Vilaça.

No monte oposto estende-se mata, com cerca de 8000 m2, claramente replantada e remodelada no séc. XX pelos serviços florestais, restos da antiga mata beneditina e atual Parque Florestal. No alto do monte encontra-se o antigo edifício da Administração Florestal de Cabeceiras de Basto. Restam também vestígios de antigas quintas de fora que pagavam foro ao mosteiro. Apesar da cerca ter sido praticamente engolida pelas construções da vila do séc. XIX e XX, ainda subsistem interessantes elementos que enquadram todo mosteiro.

IIP - Imóvel de Interesse Público, Decreto nº 23 011, DG, 1ª Série, nº 197 de 31 agosto 1933.

Inventário: Joaquim Gonçalves – abril de 2018.

Cerca do Mosteiro de São Miguel de Refojos de Basto

(Consultada em abril de 2018)
ARAÚJO, Ilídio de – Arte Paisagista e Arte dos Jardins em Portugal. Lisboa : Direcção dos Serviços de Urbanização, 1962.
http://www.monumentos.gov.pt/Site/APP_PagesUser/SIPA.aspx?id=1049
http://www.monumentos.gov.pt/Site/APP_PagesUser/SIPA.aspx?id=15567
http://www.monumentos.gov.pt/Site/APP_PagesUser/SIPA.aspx?id=35201

Cabeceiras de Basto, Praça da República