Convento de Santa Cruz do Bussaco
Centro | Mealhada
Convento de Santa Cruz do Bussaco
MATA NACIONAL DO BUSSACO
A Mata Nacional do Bussaco, no concelho da Mealhada, tem cerca de 105 ha e desenvolve-se em encosta até atingir a Cruz Alta, a 547 m de altitude, com a sua vasta vista e virado ao mar. Desde 2009 é administrada pela Fundação Mata do Bussaco. Na origem desta cerca conventual encontra-se um Deserto de Carmelitas Descalços construído e vivido ao longo de dois séculos entre 1628-1834. Os monges transformaram o lugar, física e simbolicamente, ao encontro das ideias de Santa Teresa de Ávila e de São João da Cruz, procurando o distanciamento do mundo e uma vida asceta num ambiente marcado pelo silêncio. Realizaram várias obras: a edificação de um convento do qual hoje apenas subsiste a portaria, o pequeno claustro e a igreja, a construção do alto muro cercando toda a propriedade inicialmente só com uma porta - hoje com dez - e diversas ermidas A introdução da Via Sacra deveu-se ao reitor da Universidade de Coimbra, D. Manuel Saldanha que, em meados do século XVII, mandou colocar cruzes evocativas dos passos da paixão de Cristo as quais viriam a ser substituídas por vinte capelas.
Após a extinção das ordens religiosas, o Bussaco sofreu uma forte transformação na segunda metade do século XIX e inícios do século XX. Em 1855 passou para a Administração Geral das Matas do Reino e começaram a ser construídos novos caminhos, estradas, construções de apoio aos serviços florestais e realizados trabalhos de arborização. Datam deste período a construção da Fonte Fria, a introdução da feteira e o Palace Hotel do Bussaco edificado no local do convento e concluído em 1907. A família real portuguesa neste período interessou-se muito pelo Bussaco e aqui esteve de visita e permaneceu variadas vezes.
Um vasto arboreto cobre cerca de 80% da área com uma notável diversidade de espécies que beneficiam de um microclima húmido e temperado sob a influência do Atlântico. Destacam-se exemplares notáveis quer de espécies arbóreas autóctones quer exóticas. Os cedros-do-Bussaco (Cupressus lusitanica), originários do México, são o ex-libris da mata. A mata climácica conserva as características típicas da floresta primitiva antes da ocupação humana sendo de destacar o ‘Adernal’, uma formação vegetal única pela sua idade e composição dominada pelos adernos (Phyllyrea latifolia) de grande porte arbóreo. Apesar de nos últimos tempos ter vindo a ser muito fustigado por várias tempestades e pela forte presença de plantas invasoras lenhosas, mantem uma singular autenticidade podendo-se ainda o sentir como cerca-eremitério. Vizinho dos espaços termais do Luso e da Curia, a quem o visita oferece cenários e momentos verdadeiramente inesquecíveis!