Casa da Igreja
Norte | Celorico de Basto
Casa da Igreja
Quinta de recreio com cerca de 1 ha, junto à Igreja de São Romão do Corgo, virado à paisagem, em terreno de suave declive. A casa armoriada resulta de várias construções ao longo dos séculos, sendo um dos seus primeiros senhores conhecidos Miguel Sobrinho Dá Mesquita, em 1545. O jardim desenvolve-se em quota inferior, atrás da casa, com acesso por escadaria, existindo junto a esta um tanque de granito com lavadouros. Lateralmente canteiros com recorte sinuso de buxo, pontuados por camélias. Segue-se o grande jardim formal de buxo com quatro quadras, separadas por caminhos que se cruzam ao centro em canteiro com exemplar notável de camélia. Nos outros canteiros existem outros exemplares notáveis de antigas camélias portuguesas, que outrora estavam topiadas segundo o gosto dos chamados “Jardins de Basto”. Aliás este jardim e o da Quinta do Prado pertenceram a D. Emília Ermelinda Ferreira Pinto Basto, casada com José Pinto Dá Mesquita de Queirós e Lemos, e terá sido ela juntamente com a sua irmã D. Justina Praxedes, da Casa de Piellas, em Cabeceiras de Basto, que iniciaram, em meados do séc. XIX, a arte das topiárias por terras de Basto, segundo o gosto dos jardins ingleses. Aqui terá trabalhado o primeiro jardineiro formado por elas, Manuel Joaquim Alves Soares e que deu origem a uma geração de jardineiros que trabalharam por quase todas as casas de Basto e em outras casa que as famílias tinham no Minho. Este jardim, a par do Prado e do de Pielas foi dos primeiros jardins de topiárias da região de Basto. Infelizmente o estado de degradação atual não mostra o esplendor que teria e a exuberância que as topiárias transmitiriam. Este jardim é murado, com capialço e vestígios de pinturas de escaiola a rosa e amarelo, que lhe confere uma aparência sui generis. Na continuidade deste jardim formal encontram-se os terrenos das antigas hortas e pomares, com longas sebes de buxo, aliás também nos canteiros do jardim formal se plantam hortículas. Para norte encontram-se os restantes terrenos agrícolas com bardos de vinha e em quota superior um grande sequeiro com eira e espigueiro.
Inventário: Joaquim Gonçalves – abril de 2018.
Casa da Igreja
(Consultada em abril de 2018)
ARAÚJO, Ilídio de - Jardins de Basto. In GUIA de Portugal: Entre Douro e Minho. [S.l.] : Fundação Calouste Gulbenkian, 1965. Vol. 4. p. 1294-1299.
STOOP, Anne de – Palácios e Casas Senhoriais do Minho. 2ª ed.[S.l.] : Civilização Editora, 2000. p. 266.
http://www.monumentos.gov.pt/Site/APP_PagesUser/SIPA.aspx?id=450