Casa da Andorinha

A propriedade da Andorinha, sobranceira à vila de Arcos de Valdevez, no lugar de Faquelo, possui cerca de 20 ha, sendo metade de mata em encosta. Situada na margem esquerda do rio Vez, a casa impõe-se em encosta, com grandes campos de vinha na sua frente, em quota mais baixa, na proximidade da Capela de Nossa Senhora dos Remédios, a sul. Francisco Pereira de Castro e seu irmão Alexandre Pereira de Castro estão ligados à fundação do morgado de Andorinha, no séc. XVII, mas António Pereira e Castro normalmente considerado o 1º senhor das Casas e Faquelo e de Andorinha. Em 1868, o 6º morgado Dr. António Pereira de Castro Caldas iniciou importantes obras de remodelação da casa, nomeadamente a varanda envidraçada, destinada a jardim de Inverno, e a construção de diversos muros de suporte, construções agrícolas como a eira e o espigueiro, o tanque e o jardim.

O acesso é feito por caminho que conduz a terreiro precedido por nogueiras, delimitado por buxo talhado com merlões, fronteiro à fachada principal da casa, em L, seguindo-se a torre e a capela. A casa primitiva foi construída no séc. XVI, pouco abaixo da localiza-ção da atual, sendo posteriormente reconstruída entre 1676 e 1684. Segundo alguns autores a torre deve ser posterior ao corpo principal da casa e a escadaria deve ter vindo de outro local, pois o granito é de outra qualidade, provocando alguma discrepância no conjunto. Lateralmente à casa corre varanda de pedra, com alegretes entre colunata que conduz ao jardim, assim como um caminho que passa junto à capela. O jardim em patamar, fronteiro à varanda envidraçada, sobrelevado é constituído por bosquete com fonte de tanque recortado e taça, gruta artificial com mesa e zona de estar e fresco, alegretes com agapantos e azáleas, canteiros de buxo e exemplares de magnólia, magnólia de flor grande, palmeiras, camélias e bambu. Junto ao muro de limite bancos e pérgula de kiwis. Através deste caminho, acede-se no topo a mirante, com vista para a Capela de Nossa Senhora dos Remédios e escada por entre grandes penedos que conduz à eira e sequeiro. Junto a esta em socalco, pomares e vinha e em quota mais elevada, monte acima a densa mata da propriedade com carvalhos, choupos e eucaliptos, entre outras.

Imóvel de Interesse Público, Decreto nº 129/77, DR, 1.ª série, n.º 226 de 29 setembro 1977.

Inventário: Joaquim Gonçalves - setembro de 2018.