Quinta de Marzovelos / Quinta de Baixo
Centro | Viseu
Quinta de Marzovelos / Quinta de Baixo
Quinta com cerca de 4ha, na periferia de Viseu, numa zona de antigas quintas que rodeavam a cidade e localizadas sobre o rio Pavia. Algumas destas quinas deram lugar a urbanizações sendo que algumas transportam os nomes antigos dessas quintas. Também esta quinta tem sofrido com crescimento urbano, estando atualmente rodeada de habitações, tendo parte dela já sido cortada em 1939 para dar lugar ao novo liceu de Viseu, desaparecendo o portal principal e parte do muro.
Construída em 1748 por Manuel Teixeira de Carvalho, que a havia comprado à família Costa Homem Souto-Mayor, para residência de verão dos Condes de Prime. Terá sido por esta altura que também foram construídos os jardins, atualmente muito modificados pelo tempo e pelos anos de abandono a que a quinta esteve sujeita. No séc. XX, a casa foi transformada em colégio de rapazes e posteriormente dividida pelos descendentes da família Borges Pires em três quintas, a Quinta de Baixo, a Quinta de Cima (Casa-mãe principal de Marzovelos) e a Quinta Nova. Nos anos 80 foi comprada pelo pai da atual proprietária, António Manuel Ribeiro de Oliveira, que a transformou em Turismo de Habitação, um dos primeiros em Portugal.
Atualmente a quinta, apesar de muito modificada, preserva a estrutura primitiva e alguns elementos, sendo que a maioria, como fontes, balaustradas, taças, muros, bancos, terão sido removidos nos anos que esteve ao abandono, antes de ser comprada.
O acesso atual é feito por praça urbanizada com vivendas. O portão da quinta dá acesso à alameda que conduz à casa, com exemplar de carvalho à entrada e caminho pontuado por palmeiras-das-vassouras. Do lado direito do caminho, logo junto ao terreiro fronteiro à casa, encontra-se jardim com sebes de buxo talhado. O terreiro possui canteiros com alfazema, hidrângeas, lilases e lírios. Atrás da casa surge patamar com jardim formal de buxo, com fonte de betão central, com tanque circular, com exemplares notáveis de camélias e uma magnólia grandiflora. É ainda pontuado por rododendros, azáleas, nespereiras, loureiros e mais palmeiras-das-vassouras. Do lado esquerdo do jardim, encontra-se uma piscina que correspondia a um antigo tanque, enquadrado por uma escada que conduz ao patamar superior e à mata. Os antigos elementos decorativos desapareceram, e as escadas foram refeitas consoante as originais. Do lado direito, em quota mais baixa, encontra-se o pomar com cerejeiras e figueiras e uma horta de permacultura. Encontra-se ainda um antigo tanque com lavadouros. Do patamar do jardim formal tem-se uma vista sobre o vale do Pavia e uma antiga estrada romana que confina com os limites da quinta.
Para sul, desenvolve-se a extensa mata, em terreno declivoso composta por exemplares de plátanos, carvalhos, loureiros, castanheiros, medronheiros, negrilhos, pinheiros e abetos.
Inventário: Joaquim Gonçalves – junho de 2018
Quinta de Marzovelos / Quinta de Baixo
(Consultada em junho de 2018)
ARAÚJO, Ilídio de – Arte Paisagista e Arte dos Jardins em Portugal. Lisboa : Centro de Estudos de Urbanismo, 1962. pp. 213-214.
GUIA de Portugal: Beira. II - Beira Baixa e Beira Alta [S.l.] : Fundação Calouste Gulbenkian, 1983. Vol. 3. p. 797.
http://www.monumentos.gov.pt/Site/APP_Pa