Paço de Fráguas

A quinta de Paço de Fráguas, com cerca de 5 ha, encontra-se no centro da povoação, relativamente dispersa, rodeada por campos agrícolas. A casa possui origens bastante antigas, remontando a 1450, altura em que Fernão Nunes Cardoso, Juís dos Orfãos de Besteiros, mandou construir uma primitiva casa. O seu apelido terá mudado para “Bandeira” após a sua valentia no campo de batalha. Mais tarde, a casa passou a chamar-se “paço” por ter acolhido D. António Prior do Crato, em 1580. Esta ação valeu as represálias por ordem de Filipe I, sendo o paço arrasado e os bens confiscados. Após a Restauração da Independência, o paço é reconstruído, em 1644, por ordem dos irmãos, António de Abreu Pessoa da Costa Bandeira e Filipe Bandeira Pessoa da Costa Figueiredo.

A atual construção, em torno de um terreiro é essencialmente dos séc. XVII e XVIII, nomeadamente a capela, sendo, no entanto, ainda visíveis alguns elementos quinhentistas como molduras de alguns vãos.

Lateralmente, a oeste encontram-se as dependências agrícolas. O jardim, com acesso por arco de buxo podado, desenvolve-se ao longo de uma extensa área junto à fachada posterior da casa e capela, com uma grande alameda que percorre toda a quinta, com canteiros de buxo, camélias e tílias. Lateralmente, do lado esquerdo, pomar e olival, e um caramachão central e do lado direito, à entrada pequeno jardim formal com canteiros de buxo, camélias, pequena fonte e mesa de pedra com sombra dada por um ulmeiro pendula. Este jardim é enquadrado por olival, horta e mais zonas de pomar. Algumas das camélias que se encontram na alameda são centenárias. A alameda ou carreira conduziria a antiga mata, conhecida como “Mata da Mouraria”, associada a uma lenda de moura encantada, onde existem exemplares notáveis de eucaliptos.

Monumento de Interesse Público, Portaria n.º 740-AC/2012, DR, 2.ª série, n.º 248 (suplemento), de 24-12-2012

Inventário: Joaquim Gonçalves – Junho de 2018