Quinta do Paço de Molelos

Quinta com cerca de 15 ha, cujas espécies arbóreas e alguns edifícios foram bastante destruídos pelos fogos de outubro de 2017, restando apenas algumas árvores do jardim, bastante debilitadas e exemplares notáveis de eucaliptos no extremo da propriedade, local da antiga mata.

A casa, fronteira à igreja paroquial, resulta de uma antiga torre medieval, à qual foram sendo acrescentados corpos ao longo dos séculos, resultando na construção atual, com elementos claramente do séc. XVII e XVIII. O acesso é feito através de portal da casa que conduz a pátio interior com alguns arbustos, escadaria principal voltada a este e algumas janelas com vestígios de sacadas, transformadas e removidas por altura do Visconde de Molelos, no séc. XIX, devido a um acidente com uma filha que caiu de uma das sacadas e morreu.

Atrás da casa, saindo-se do pátio interior, encontra-se o jardim, murado, em quota mais baixa, que originalmente teria um labirinto de buxo, hoje em dia inexistente, com uma fonte central com tanque redondo e uma construção correspondendo a uma casa de fresco. As espécies arbóreas que ainda restam, bastante danificadas, são cedros, loureiros, rododendro, camélias, magnólias, tílias e tulipeiro da Virgínia. Este jardim do séc. XIX terá sido mandado remodelar por ocasião do casamento do Visconde de Molelos.

Uma carreira de buxo, hoje em dia desaparecida, corria ao longo de 150 m dando acesso a um portão e eira. À mata chegava-se por caminho rural. Atrás do jardim existe um pomar de diospireiros, vinha e olival. Uma ribeira corre ao longo da quinta, chamada de Ribeira de Molelos e afluente do Dão.

A quinta possuia produção biológica de mirtilos e cogumelos, bastante afetada pelos incêndios. Aliás a única construção que se manteve intacta foi a casa, tudo o resto teve sérios danos.

Inventário: Joaquim Gonçalves – junho de 2018