Casa dos Albergarias / Casa dos Soares de Albergaria

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Casa dos Albergarias / Casa dos Soares de Albergaria

Quinta sobre a EN 230, no centro de Oliveira do Conde, com cerca de 25 ha, sendo que 2 são de jardim e os restantes de matas.

A casa, com origens quinhentistas, pertenceu inicialmente a Joana Fernandes Robles e Pedro Soares de Albergaria, filho de Tristão Soares Albergaria, 1º capitão-mor de Oliveira do Conde, sendo reconstruída em 1640 pelos netos dos anteriores proprietários referidos e na segunda metade do séc. XVIII sofrido importantes melhoramentos para receber D. Catarina de Bragança e o rei D. Pedro II. Os anos seguintes ao longo do séc. XIX trouxeram-lhe o abandono, ficando a casa muito degradada. Em 1921, os proprietários Major Américo Correia de Azevedo e a sua mulher, D. Ernestina dos Santos Soares de Albergaria de Soveral Martins, mandaram restaurar a casa e construir os jardins, segundo projeto do arquiteto António Lino (1909-1961), que participou na Exposição do Mundo Português, em 1940 e projetou o Cristo-Rei, em Almada, entre muitos outros projetos. A obra foi continuada por D. Maria Ernestina Nunes de Carvalho. O acesso é feito através do portal da casa, aberto entre um muro alpendrado que une dois corpos, acedendo-se a um pátio marcado pelo verde da vinha virgem que reveste parcialmente as fachadas interiores. Atravessando o pátio deslumbra-se o grande jardim, do lado direito acede-se a um mirante / casa de fresco, voltado à rua e a uma nora coberta por pérgula.

O jardim desenvolve-se longitudinalmente junto à fachada posterior da casa, onde existe uma varanda corrida com vista para o jardim, em três longos eixos, com quadras de buxo talhado, com bolas nos ângulos, com canteiros preenchidos por uma enorme profusão de espécies, nomeadamente roseiras, camélias, laranjeiras, azevinhos, magnólias grandiflora, rododendros, hibiscos, cedros, abetos e tílias. Logo no início do jardim, a separar este do terreiro da casa, encontram-se alegretes intercalados por bancos. No eixo lateral sul encontra-se uma pérgula coberta por vinha, repetindo-se a mesma no extremo do jardim formal. No eixo central encontra-se uma pequena piscina, enquadrada por taças, tudo obra de António Lino, abastecida por água corrente, com poço na proximidade. O jardim é atravessado pelo ribeiro de Oliveira do Conde, que corre parcialmente por baixo do mesmo. No final dos canteiros de buxo, um exemplar notável de cedro, marca significativamente a perspetiva axial do traçado do jardim. A rematar a zona formal encontra-se um pequeno bosquete com cedros, sequoias, metasequoias, araucárias bidwilis e tuias. Nesta zona, lateralmente, existe uma casa de hóspedes, também dos anos 20, enquadrada por freixos. Junto a esta um caminho conduz à extensa mata, com zona inicial de carvalhos americanos, uma alameda de aveleiras e uma mata produtiva de pinheiros, cedros, medronheiros, acácias, sobreiros e carvalhos. No meio da mata existem grandes construções agrícolas.

Imóvel de Interesse Público: Decreto n.º 735/74, DG, I Série, n.º 297, de 21-12-1974.

Inventário: Joaquim Gonçalves – Junho de 2018

Casa dos Albergarias / Casa dos Soares de Albergaria

(Consultada em junho de 2018)
AZEVEDO, Carlos – Solares Portugueses: Introdução ao Estudo da Casa Nobre. 1ª ed. Lisboa : Livros Horizonte, 1969. pp. 63, 108.
GUIA de Portugal: Beira. II - Beira Baixa e Beira Alta [S.l.] : Fundação Calouste Gulbenkian, 1983. Vol. 3. pp. 836, 837.
ROTEIRO TURÍSTICO - Solares e Casas solarengas do Município de Carregal do Sal. 1ª ed. Carregal do Sal : Câmara Municipal de Carregal do Sal, 2012, p. 18.
SILVA, António Lambert Pereira da – Nobres Casas de Portugal. Porto : Livraria Tavares Martins, 1958. Vol. II. pp. 251-261.
http://www.monumentos.gov.pt/Site/APP_PagesUser/SIPA.aspx?id=4266

Rua Nova, Oliveira do Conde