Jardim Público de Guimarães / Alameda de São Dâmaso
Norte | Guimarães
Jardim Público de Guimarães / Alameda de São Dâmaso
Em pleno centro histórico de Guimarães é um dos locais mais emblemáticos da cidade com uma sequência de três eixos, o Largo do Toural, local no séc. XVII extramuros onde se realizava a feira de gado bovino, posteriormente no último quartel do séc. XIX transformado em Passeio Público, o Jardim Público da Alameda, também conhecida como Alameda de São Dâmaso e o Jardim de São Gualter, paleta viva de cores devido aos seus canteiros, rematado pela igreja de Nossa Senhora da Consolação e Santos Passos, por vezes referida como igreja de São Gualter por nela existir a capela com o nome deste santo, um franciscano enviado por São Francisco de Assis, em missão a Portugal no início do século XIII. No primeiro fim-de-semana de agosto decorrem as festas da cidade - as "Festas Gualterianas” - em sua honra.
Já dentro de muralhas é de referir o Largo da Condessa do Juncal arborizado com plátanos e estátua do Gravador Molarinho, inaugurada em 1935, um monumento de António Ferreira de Azevedo e baixo-relevo de Teixeira Lopes. O Largo do Toural começou a mudar a sua utilização como feira de gado, que lhe conferiu o nome em 1791, altura em que a Câmara Municipal aforou o terreno para a construção de prédios, segundo planta vinda de Lisboa. Na segunda metade do século XIX dá-se a transformação em Passeio Público, aberto em 1878, fechado por gradeamento, com uma série de mobiliário urbano, como um coreto, bancos, candeeiros, etc. Também a zona da alameda foi ajardinada a partir de 1869. A partir de 1910 o jardim público foi transferido e no centro do largo coloca-se a estátua de D. Afonso Henriques, transferida posteriormente para a envolvente do Castelo.
Em 1953 com o Plano de Urbanização de Guimarães do Arquiteto Moreira da Silva criou-se uma zona verde desde o Toural até ao Largo da República do Brasil (Jardim de São Gualter). Em 2011 o local foi intervencionado e regressou o chafariz renascentista que aqui estava originalmente em 1583. As intervenções no espaço do Toural e da Alameda foram inauguradas em dezembro de 2011 segundo projeto da arquiteta Maria Manuel Pinto de Oliveira, da qual fizeram parte da equipa a arquiteta paisagista Maria João Cabral e o engenheiro agrónomo António Magalhães Carvalho. Atualmente o Largo do Toural é um espaço de confluência essencialmente pavimentado com uma pequena zona ajardinada com árvores dando sombra a norte e a sul o chafariz renascentista. Ligado ao Largo do Toural surge o Jardim Público da Alameda, atravessado lateralmente por vias rodoviárias, marcado por duas fontes arte deco confrontantes uma com um Fauno segurando cachos de uvas, remetendo para Baco, conhecida como “Faunito”, obra de 1934 e a outra com “Menina à beira da água”, ambas do escultor António Ferreira de Azevedo. Encontra-se igualmente um coreto no meio do jardim. Apresenta espécies como olaias, carvalhos, castanheiros da índia, falsos plátanos, camélias, cedros, plátanos, abetos, teixos, aveleiras, cerejeiras de jardim e liquidambares.
Já o Jardim de São Gualter, antigo campo de feira, une-se à Alameda, formando um L, com inicio por fonte com taça decorada por concheados e sucessão de longos canteiros formais de buxo, formando intrincados desenhos geométricos com plantas anuais variadas, teixos podados e estatuária de São Tiago, São Judas, São Pedro e São Paulo, enquadrado ao fundo pela Igreja de Nossa Senhora da Consolação e Santos Passos, da autoria do arquiteto André Soares (1720-769) , onde se encontra a capela de São Gualter, construída em meados do século XVIII substituindo uma antiga capela do século XVI dedicada a N. S da Consolação. Lateralmente, a nascente, a estátua do Conde de Arnoso (1855-1911), junto ao largo do mesmo nome, distinto vimaranense, escritor que usou o pseudónimo literário Bernardo Pindela, membro dos Vencidos da Vida e secretário pessoal do rei D. Carlos. Fronteiro, ao longe avista-se no alto do monte a Penha e o Mosteiro de Santa Marinha da Costa.
Incluído na Zona Especial de Proteção do Centro Histórico de Guimarães, Património Mundial.
Inventário: Joaquim Gonçalves – maio de 2019
Jardim Público de Guimarães / Alameda de São Dâmaso
(Consultada em maio de 2018)
ARAÚJO, Ilídio de – Arte Paisagista e Arte dos Jardins em Portugal. Lisboa : Centro de Estudos de Urbanismo, 1962. p. 67.
GUIA de Portugal: Entre Douro e Minho. II - Minho [S.l.] : Fundação Calouste Gulbenkian, 1996. Vol. 4. p. 1203.
http://www.monumentos.gov.pt/site/app_pagesuser/SIPA.aspx?id=32253
https://www.cm-guimaraes.pt/cmguimaraes/uploads/document/file/3807/18639.pdf
https://www.cm-guimaraes.pt/pages/1463?poi_id=335
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https://www.cm-guimaraes.pt/cmguimaraes/uploads/document/file/3953/18642.pdf
https://www.unescoportugal.mne.pt/pt/temas/proteger-o-nosso-patrimonio-e-promover-a-criatividade/patrimonio-mundial-em-portugal/centro-historico-de-guimaraes
https://whc.unesco.org/en/list/1031