Villa Beatriz

Norte | Póvoa de Lanhoso

Villa Beatriz

Quinta com cerca de 40 ha, na margem direita do rio Ave, composta por palacete e jardim, dependências agrícolas, incluindo adega, mata e campos de forragem e vinhas.

A história da quinta remonta ao final do século XIX / início do século XX com Francisco Antunes Oliveira Guimarães, homem da terra, brasileiro que havia feito fortuna no Brasil para onde partiu com 12 anos. Mandou construir na terra chamada de Pedrosa um sumptuoso palacete, típica casa de brasileiro, cujo modelo importado do Brasil, incluindo o gosto pelo revestimento azulejar relevado. A sua mulher, Beatriz Elvira Marques Freitas Guimarães, que lhe havia pedido para construir a casa morreu em 1904, quando esta ainda não estava pronta. A casa foi batizada em sua homenagem de Villa Beatriz. Francisco Guimarães volta a casar em 1905 com Rosa de Macedo Guimarães, da qual tem descendência, cuja neta é ainda hoje a proprietária. Em 1906 a casa foi terminada como atesta a data da fachada principal, integralmente revestida a azulejos azuis, típica da arquitetura da Casa de Brasileiro, imponente encontra-se enquadrada por quatro torres. Na sua frente, as estátuas da Indústria e das Artes.

Acede-se à quinta por um arruamento que domina o vale do Ave e em que, à esquerda, se distribuem as casas agrícolas numa cota superior. À direita do arruamento os extensos campos da quinta, destacando-se a enorme casa com a sua distinta cor azul claro, assente sobre amplo terraço, envolvida pelo jardim. Um portal à direita do arruamento dá acesso ao terraço da casa fechado por muro gradeado, com dois portões de acesso, o principal que conduz à fachada principal e o secundário que conduz à cozinha e dependências secundárias. É composto por canteiros de buxo com relvados com grande profusão de camélias, teixos e ciprestes podados, com notável faia rubra junto à casa, aceres e pérgulas de glicínia branca e de roseiras. Junto à entrada secundária, um grande tanque com espaldar com painel de azulejos e junto à fachada posterior um pequeno tanque com imagem de São Bento e longa mesa de pedra única em granito. O jardim é delimitado lateralmente à casa por muro com vista sobre o rio. Em quota mais baixa ao patamar do jardim encontra-se um pátio com fonte, zona de antiga da horta com cozinha de fora de trabalhadores e lavadouros da casa. No final da rua que atravessa a propriedade, uma pequena mata com carvalhal, mesas e bancos de pedra e um tanque de grande dimensão, mandado fazer pelo tio da atual proprietária para rega, mas usado também como piscina.

Monumento de Interesse Público / ZEP, Portaria n.º 740-DF/2012, DR, 2.ª série, n.º 248 de 24 dezembro 2012.

Inventário: Joaquim Gonçalves – maio de 2019.

Villa Beatriz

(Consultada em maio de 2018)
STOOP, Anne de – Palácios e Casas Senhoriais do Minho. 2ª ed.[S.l.] : Civilização Editora, 2000. pp. 241-245.
ESTÊVÃO, José ; SOTTO-MAYOR, João Paulo – Quintas do Vinho Verde. Porto : Lello & Irmão – Editores. pp. 88-89.
http://www.monumentos.gov.pt/site/app_pagesuser/SIPA.aspx?id=21321

Rua de Vila Seca, Santo Emilião