Quinta de Azevedo / Honra de Azevedo
Norte | Barcelos
Quinta de Azevedo / Honra de Azevedo
Quinta com cerca de 40 ha, sendo 2 de jardim e o resto de vinha, aliás a principal produção da quinta. Acede-se a partir da EN 205, através de uma estrada municipal que se inicia com uma fonte e tanque, à direita. Um pouco mais adiante, também à direita e em frente à torre da casa, encontra-se a Capela de Nossa Senhora do Leite. Entra-se na quinta, por um portão à esquerda, a seguir à casa. Uma vez na parte de trás da casa, vêem-se as instalações agrícolas, hoje ao serviço da produção e armazenamento de vinhos.
De fundação anterior a 1536, com a reconstrução da torre, só nos séculos XVIII e XIX é que foi acrescentado o corpo residencial. Uma inscrição na torre alude ao facto de ela já existir, referindo Martinho Lopes de Azevedo como mandante, havendo já uma construção anterior do tempo da viúva de Diogo de Azevedo. A propriedade pertenceu aos Condes de Azevedo, até ao séc. XX, altura que a teve de vender por questões financeiras. Chegou mais tarde às mãos da família Guedes, da empresa de vinhos SOGRAPE. O proprietário, Fernando Lobo Guedes, reconstruiu os jardins com o arquiteto paisagista Ilídio de Araújo, em 1983 e terminado no ano seguinte. Fernando Guedes, dedicou muito do seu tempo, naturalmente ao plantio da vinha, mas também em particular a este seu jardim, transferindo para aqui diversos elementos arquitetónicos como arcos em pedra e esculturas onde se incluem dois nichos vindos do Mosteiro de Tibães, com as imagens de São Pedro e São João Baptista.
O primeiro jardim, o principal e de maiores dimensões, desenvolve-se atrás da casa cuja fachada é encimada por uma varanda corrida. O jardim é murado e está organizado numa sucessão de pátios e socalcos.
Os patamares seguintes desenvolvem-se lateralmente à casa, com três áreas distintas, uma lateral com uma sucessão de “salas abertas” com paredes de sebes de buxo, desenhando um labirinto, todas elas com elementos arquitetónicos diferentes. Outro patamar de grandes dimensões com espelho de água /piscina e relvado com arcos ao fundo. As azáleas e as rosas são uma presença constante no jardim, aliás o último patamar é um grande roseiral, rematado por um tanque, que Fernando Guedes introduziu no lugar de um antigo campo de ténis. Várias espécies encontram-se no jardim para além das camélias, como gingkos, freixos, magnólias de flor grande, carvalhos americanos e tulipeiros da Virgínia.
Monumento de Interesse Público / ZEP, Portaria n.º 279/2014, DR, 2.ª série, n.º 81 de 28 abril 2014
Inventário: Joaquim Gonçalves – maio de 2019.
Quinta de Azevedo / Honra de Azevedo
(Consultada em maio de 2018)
AZEVEDO, Carlos – Solares Portugueses: Introdução ao Estudo da Casa Nobre. 1ª ed. Lisboa : Livros Horizonte, 1969. pp. 23,24,35,36,37,40,111.
STOOP, Anne de; MAYOR, João Paulo Sotto (fotografia) – Arquitetura Senhorial do Minho. [S.l.] : Caminhos Romanos, 2015. pp. 29 - 37.
GUIA de Portugal: Entre Douro e Minho. II - Minho [S.l.] : Fundação Calouste Gulbenkian, 1996. Vol. 4. pp. 964, 965.
http://www.monumentos.gov.pt/site/app_pagesuser/SIPA.aspx?id=47