Quinta Mãe dos Homens

A Quinta da Mãe dos Homens situa-se na Rua Mãe dos Homens, na freguesia de Santa Maria Maior, a 2 Km do centro da cidade, com uma área de 1,5 ha, a uma altitude de cerca de 140 m, com exposição sudoeste e com vista sobre a cidade e a baía do Funchal.

O registo mais antigo sobre esta propriedade está ligado à capela dedicada a Nossa Senhora Mãe dos Homens que data 1790, estando nessa altura na posse de Pedro Agostinho Teixeira Drumond de Vasconcelos, que casou em 1803 no Funchal com Ana Augusta de Ornelas. Após ficar viúva Ana Augusta de Ornelas herdou esta quinta e colocou-a à venda, tendo sido adquirida no primeiro quartel do século XX por João Rodrigues Leitão (1843-1925). De acordo com Alberto Vieira, João Rodrigues Leitão era natural de Ponta da Barca, foi viver para a ilha da Madeira com apenas 10 anos. Mais tarde fez fortuna em Angola, onde alcançou grande influência, contribuindo para que o enclave de Cabinda, incluindo os territórios de Cacongo e Massabi, ficassem na posse de Portugal, o que levou a que o rei D. Luís I lhe conferisse o título de Visconde de Cacongo, em 1884. João Rodrigues Leitão, por volta de 1900 regressa à Madeira e adquire a Quinta da Mãe dos Homens, passando a residir nesta quinta com a sua mulher Firmina Maria Rodrigues Leitão (1848-?), e dedicando os últimos 25 anos da sua vida a obras filantrópicas. De acordo com Alexandra Ferreira da Costa em 1901, aquando da visita o rei D. Carlos I e a rainha D. Amélia à Madeira, os Viscondes de Cacongo tiveram a honra de encerrar as festividades, dando uma festa noutra propriedade sua, a Quinta do Pomar, perto da Choupana, na freguesia de Santa Maria Maior. No jardim encontra-se o busto de bronze do 1º Visconde, esculpido por Francisco Franco em 1915. Em 1925 faleceu João Rodrigues Leitão e a quinta foi herdade pelo seu sobrinho Carlos Ernesto Rodrigues Leitão (1878-1958), que em 1927 também herdou o título do tio, tornando-se no 2.º Visconde de Cacongo. Em 1958, com a morte de Carlos Ernesto Rodrigues Leitão a quinta foi herdada pela sua sobrinha, Cecília Leitão Branco e Brito Jardim. Refere ainda Alexandra Ferreira da Costa que nos anos 80 do século XX a quinta teve um plano de urbanização para exploração turística, restando apenas a casa principal e parte dos jardins de outrora. Em 1990 a quinta passou a ter uma unidade de turismo de habitação.

Inventário: Sónia Talhé Azambuja (março de 2020). Inventário tendo por base visita exterior à propriedade e fontes bibliográficas.