Casa da Veiga

Norte | Celorico de Basto

Casa da Veiga

Quinta de recreio com cerca de 10 ha, à face da estrada nacional, em ambiente rural, em vale virado ao Monte da Senhora da Graça, passando próximo o rio de Veade, rodeada por grandes campos, outrora também propriedade da quinta, atualmente convertidos em vinha. A casa-torre de raiz bastante antiga conserva essencialmente as construções levadas a cabo no séc. XVIII e XIX, de planta em L com construções de carácter agrícola, como a adega, adossadas formando pátio interior. Pertence à família Moniz Coelho, ligada também aos Teixeira Coelho, família da região, tendo sido um dos seus senhores Inácio Teixeira Coelho, partidário de D. Pedro IV durante as lutas liberais e condenado ao exílio em África por D. Miguel a 1 de Julho de 1830. A quinta terá passado para a sua irmã D. Ana Emília Moniz Coelho, casada com o brasileiro Venâncio da Silva Bastos que lhe terá feito grandes obras, incluindo a destruição da capela, que segundo o proprietário as pedras terão sido aproveitadas em construções agrícolas da quinta, como é o caso do sequeiro. A quinta desenvolve-se em encosta ligeira, com patamar sobrelevado do jardim formal, lateral e posterior à casa, contornando-a, constituído por quadras de buxo com exemplares notáveis de camélias e o interior com relvado. Este jardim, atualmente pouco cuidado, apresenta ainda algumas características dos jardins formais da região, que usam topiárias de camélias, aqui já quase desaparecidas e que se enquadraria nos chamados “Jardins de Basto”. Longitudinalmente e na sequência deste jardim desenvolve-se longo patamar ainda com sebes de buxo e que originalmente deveriam corresponder à horta e pomar da quinta. Em quota mais elevada encontra a antiga eira e sequeiro, atualmente convertidos para alojamento local, rodeados por oliveiras. Junto a este encontra-se a piscina. Passando por caminho fronteiro à casa chega-se a um antigo alambique, em ruínas, a um grande tanque com mina e continuado o caminho a monte onde ainda se vêem restos da antiga mata, usada como zona de fresco. A quinta, para além das camélias, conserva ainda exemplares notáveis de glicínia, em latada, plátanos e cedros. Praticamente todos os terrenos da quinta encontram-se convertidos em vinha.

Inventário: Joaquim Gonçalves – abril de 2018.

Casa da Veiga

(Consultada em abril de 2018)
STOOP, Anne de – Palácios e Casas Senhoriais do Minho. 2ª ed.[S.l.] : Civilização Editora, 2000. pp. 182-183.

Gagos, EN210