Casa do Outeiro
Norte | Celorico de Basto
Casa do Outeiro
Quinta de recreio com cerca de 9 ha, localizada em encosta, rodeada por frondosa mata e terrenos de vinha, junto à vizinha Casa da Boavista, cujas famílias estiveram unidas durante séculos por matrimónio. A quinta encontra-se virada à paisagem, desfrutando de vistas sobre o Monte da Senhora da Graça. Encontra-se no topo de um monte, sobranceira à vizinha Boavista, dominando o vale percorrido pelo rio Veade, com terrenos de vinha percorrendo a encosta abaixo. Na proximidade encontra-se a Igreja de Veade, de raiz medieval, inserida na Rota do Românico. A casa terá sido construída no séc. XIX, mas possui origens bem mais antigas, recuando até ao séc. XVII, cujo proprietário era António Gonçalves de Carvalho que casou com D. Luísa Teixeira de Carvalho, da vizinha Casa da Boavista. Possui interessantes estruturas típicas de uma quinta de recreio portuguesa, com jardim, horta, pomar e construções agrícolas, desenvolvendo-se atrás da casa, em sentido ascendente, culminando na mata. A imponente casa com torre e pedra de armas, foi construída após 1860, altura em que a construção primitiva é devorada por um violento incêndio. É Francisco Xavier Inácio Teixeira de Barros, moço-fidalgo da Casa Real que resolve reconstruir a casa, com reminiscências à antiga casa-torre. A casa é precedida por jardim de aparato dos anos 30/40 do séc. XX, claramente construído para valorizar a fachada da casa, formando patamar semi-oval com canteiros de buxo, camélias e lago central. Lateralmente à casa e sempre no sentido ascendente desenvolvem-se várias dependências agrícolas, como a adega, sequeiro, galinheiros e pombal, cujo acesso é feito por patamares com latadas de vinha, pomar, mesas e bancos de granito. Num dos patamares intermédios surge-nos fonte com tanque rectangular, ladeada nos muros do socalco por urnas. Por longos caminhos delimitados por buxo, entra-se nas antigas hortas onde se encontra um interessante tanque com alpendre, duas bicas e a data inscrita de 1885. A água é conduzida por caleira rasgada no muro de xisto, misturado com granito. Por escadas, sempre no sentido ascendente chega-se à mata, que se estende até ao alto do monte.
IIP - Imóvel de Interesse Público, Decreto nº 129/77, DR, 1ª Série, nº 226 de 29 setembro 1977.
Inventário: Joaquim Gonçalves – abril de 2018.
Casa do Outeiro
(Consultada em abril de 2018)
AZEVEDO, Carlos – Solares Portugueses: Introdução ao Estudo da Casa Nobre. 1ª ed. Lisboa : Livros Horizonte, 1969. p. 96.
CARVALHO, António Alves de – Concelho de Celorico de Basto. [S.l.] : [s.n.], 1989. pp. 106-107.
SILVA, António Lambert Pereira da – Nobres Casas de Portugal. Porto : Livraria Tavares Martins, 1958. Vol. II. p. 171.
STOOP, Anne de – Palácios e Casas Senhoriais do Minho. 2ª ed.[S.l.] : Civilização Editora, 2000. pp. 212-215.
http://www.patrimoniocultural.gov.pt/pt/patrimonio/patrimonio-imovel/pesquisa-do-patrimonio/classificado-ou-em-vias-de-classificacao/geral/view/73926
http://www.monumentos.gov.pt/Site/APP_PagesUser/SIPA.aspx?id=1934