Casa do Alvação

Norte | Cabeceiras de Basto

Casa do Alvação

Quinta de recreio com cerca de 11 ha, em encosta, na periferia da vila de Cabeceiras de Basto, com a serra da Orada na proximidade e ao longe o Monte da Senhora da Graça. A quinta apesar de estar às portas da vila, conserva um ambiente rural, reforçado pelos campos de vinha da vizinha Casa de Santo Antonino. De construção do séc. XVIII, com origens no séc. XVII onde moraria um dos seus senhores, Pedro Carneiro. Em meados de setecentos, D. Teresa Josefa Coelho da Silva Leite de Andrade, Senhora de Alvação terá mandado reedificar a casa e a capela segundo o gosto barroco. É notável a implantação desta construção em encosta, cujo monte terá sido escavado para a construção do conjunto monumental da casa, capela, casa de caseiro e outras construções de apoio agrícola, como o grande sequeiro, eira e espigueiro.

Lateralmente à casa surge um “jardim secreto”, escondido por alta sebe de buxo, em cujo centro surge uma antiga porta de madeira que se abre para um mundo maravilhoso de camélias antigas e canteiros de roseiras e azáleas. Um dos acessos à quinta é feito por imponente mata que surge junto à estrada. Os grandes e muitos troncos pintados de verde musgo escondem uma alameda de tílias e hydrangeas que levam o visitante até ao imponente solar. Junto a este surge uma curiosa casa vernácula de caseiro com gelosias, reminiscências antigas aplicadas à arquitetura popular. A casa possui duas grandes fontes barrocas ricamente decoradas, fruto de uma erudição arquitetónica patente em toda a casa. Lateralmente ao solar, separado por caminho desenvolve-se o “secreto” jardim formal, em quota mais baixa, com desenvolvimento longitudinal, caminho com latada de vinha, formando zona de sombra, e canteiros geométricos de buxo, com bastantes exemplares notáveis de camélias. Ao centro surge um tanque com lavadouro e no topo zona de estar com mesa de pedra, rodeada por vegetação frondosa que confere uma zona de fresco reforçada por um grande tanque lateral. Em quota inferior desenvolve-se mata, onde possivelmente no passado se situariam os pomares e os campos agrícolas. Toda a estrutura típica das quintas de recreio portuguesas encontra-se conservada apesar de as funções agrícolas terem desaparecido. O jardim, completamente oculto pela sebe de buxo, daria toda a privacidade aos proprietários que poderiam assim desfrutar do passeio por entre o jardim, a horta e o pomar.

MIP - Monumento de Interesse Público, Portaria n.º 190/2013, DR, 2.ª série, n.º 69, de 09 abril 2013.

Inventário: Joaquim Gonçalves – abril de 2018.

Casa do Alvação

SILVA, António Lambert Pereira da – Nobres Casas de Portugal. Porto : Livraria Tavares Martins, 1958. Vol. IV. p. 89
STOOP, Anne de – Palácios e Casas Senhoriais do Minho. 2ª ed.[S.l.] : Civilização Editora, 2000. pp. 104-107.
http://www.monumentos.gov.pt/site/app_pagesuser/SIPA.aspx?id=8716

Alvite, EN 205