Casa do Outeiro

Quinta com cerca de 4 ha, composta por mata e terrenos agrícolas, em terrenos de suave declive, com vista para o vale do Lima e serras da Padela, São Lourenço da Armada e Gerês.

A casa tem origens muito antigas, como prova alguns vãos manuelinos ainda existentes. No séc. XVII é proprietário da quinta Martim Pinto Correia, cuja filha, D. Ana Pinto Vieira, fundou em 1713 o morgadio. A partir desta altura foram feitos diversos melhoramentos na quinta, nomeadamente o portal construído na primeira metade do séc. XVIII. Em 1774 foi terminada a capela mandada fazer por Francisco de Abreu Lima Pinto, moço fidalgo com exercício no Paço e capitão do Regimento de Infantaria de Valença. As obras prosseguiram, mas a sua morte em 1790 interrompe-as. Em 1809 durante as invasões francesas, a família que se havia refugiado em Paço Vedro, não sofre consequências, apenas o criado que aqui fica é fuzilado. A casa foi saqueada e o recheio destruído, incluindo o altar da capela, queimado na fogueira.

O acesso principal é feito por alameda ladeada por oliveiras, com cruzeiro setecentista no início, que conduz a portal armoriado aberto em muro coroado por merlões que conduz ao terreiro da casa com castanheiros. Lateralmente à casa existe um espaço delimitado por baixos muros onde existiu um jardim de buxo do tempo do bisavô do proprietário. Uma pequena mata desenvolve-se lateralmente para sul, onde existe uma fonte de espal-dar com nicho, pequenos e baixos patamares calcetados usados para vencer o desnível do terreno e espécies de camélias, carvalhos americanos, liquidambares, aceres japónicos, magnólia de flor grande, azevinhos, aveleiras. Atrás da mata, para este, encontram-se pomares de laranjeiras e campos agrícolas, onde ainda são visíveis as estruturas de ramadas. Atrás da casa, em quota mais baixa fica a piscina e estruturas de apoio. Possuí aqueduto que traz água das nascentes até à cozinha e à fonte.

Imóvel de Interesse Público, 1986.

Inventário: Joaquim Gonçalves - outubro de 2018.