Paço de Cardido

Norte | Ponte de Lima

Paço de Cardido

Quinta com cerca de 30 ha composta por casa, jardim, construções agrícolas, campos agrícolas e grande mata de recreio. Situa-se a meia encosta com vista sobre o vale do Lima e montes da Madalena, Santo Ovídio, Santa Marinha, Formigoso e Pedras Finas.

1769 - início da construção da casa por Francisco Malheiro de Araújo, capitão - mor em Minas Gerais; década de 30 - D. Sebastião Calheiros vende a casa, que é adquirida por Dr. Lello Portela de quem descendem os actuais proprietários; séc. 19 - execução das construções na mata; séc. 20, início - reconstrução do jardim pelo jardineiro da Câmara Municipal de Ponte de Lima, António da Madalena.

Mandada construir por Baltazar de Araújo Marinho no séc. XVII, sendo da altura apenas uma das torres. O vínculo foi feito em 1622. Em 1767 D. Mariana Quitéria da Silva e Melo, viúva do senhor das terras, Bernardo Pereira Malheiro, mandou remodelar a casa e construir uma maior, incluindo a capela dedicada a S. Francisco de Paula. Em 1870, o Paço foi vendido em hasta pública a Sebastião Lopes de Calheiros e Meneses que restaurou Cardido.

O acesso principal é feito por pequeno portão que atravessa campos de vinha e monte acima por entre caminho ladeado por hidrângeas, passando por construção que aparenta ser uma portaria, chega-se à imponente casa com terreiro marcado por notável cedro do Buçaco, fonte, fachada da capela e portal que abre para pátio fechado pela casa e pelas grandes construções agrícolas. No centro do pátio um chafariz de taça central. O jardim, remodelado no início do séc. XX por António da Madalena, jardineiro camarário, desenvolve-se junto à fachada oeste, enquadrada pelas torres, desenvolvido em dois patamares possuindo o primeiro, desenho formal de buxo, estatuária e camélias e ao centro uma fonte circular rodeada por bancos. Uma escada nesta zona dá acesso ao patamar inferior com duas fontes nos extremos e ramada com colunata a percorrer o limite voltado à paisagem. Junto à casa, no patamar superior encontra-se notável tulipeiro da Virgínia que fazia simetria com outro que já não existe. Para sul, percorrendo o jardim chega-se a caramanchão de camélias com mesa no centro. Neste extremo encontra-se zona com laranjeiras, tanques e estufa.

O acesso à mata faz-se por caminho junto ao terreiro da entrada formando-se claramente no início dois caminhos, um que conduz a um mirante e outro que conduz a uma série de construções feitas no séc. XIX, provavelmente por Sebastião Lopes de Calheiros e Meneses, incluindo um grande lago com ilha, mirante, gruta e no topo um grande tanque. A água corria por caleira a partir deste tanque, e nesse tanque surge no meio um pombal com acesso por ponte de ferro. Toda a mata possui claramente um percurso delimitado que leva o visitante até aos vários destinos, sempre com sombra dada por árvores notáveis como carvalhos e falsos plátanos.

Inventário: Joaquim Gonçalves - outubro de 2018.

Paço de Cardido

(Consultada em outubro de 2018)
ARAÚJO, Ilídio de – Arte Paisagista e Arte dos Jardins em Portugal. Lisboa : Centro de Estudos de Urbanismo, 1962. p. 10.
CASTEL-BRANCO, Cristina – Jardins com História: Poesia atrás de muros. [S.l.]: Edi-ções Inapa, 2002. pp. 25 - 27.
LEVANTAMENTO E AVALIAÇÃO de Jardins Históricos para Turismo. Lisboa: Centro de Ecologia Aplicada Baeta Neves, Instituto Superior de Agronomia. Abril de 1998. Vol. I.
STOOP, Anne de; MAYOR, João Paulo Sotto (fotografia) – Arquitetura Senhorial do Minho. [S.l.] : Caminhos Romanos, 2015. pp. 412 - 417.
http://www.monumentos.gov.pt/site/app_pagesuser/SIPA.aspx?id=2198

Lugar de Agriboa, Brandara