Quinta de Sá

Quinta murada com cerca de 12 ha junto ao Santuário de Nossa Senhora da Saúde, com três acessos, sendo o principal a oeste através de portal armoriado, voltado ao Santuário e a um cruzeiro fronteiro. A quinta é composta por casa com mata, jardim e campos agrícolas.

A família Araújo de Azevedo estabeleceu-se na Casa de Sá, no início do século XVII tendo-se fixado em Ponte da Barca e Arcos de Valdevez em finais do século XIV. O Conde da Barca, António de Araújo e Azevedo (1754-1817), era filho do morgado de Sá, diplomata e Ministro dos Negócios Estrangeiros, da Guerra e do Reino. Foi ele que negociou em Paris a posição de Portugal no tempo da Revolução Francesa e que convenceu o então príncipe regente D. João a mudar a corte para o Brasil, escapando assim ao exército de Napoleão. Veio a morrer no Brasil. Não teve filhos pelo que instituiu como seu herdeiro o irmão, João António de Araújo de Azevedo cujos descendentes ainda hoje detêm e habitam a casa. A casa foi construída entre 1774 e 1778, sendo alvo de várias remodelações posteriores.

O acesso principal é feito por alameda que culmina junto ao portão que dá para o jardim e caminhos que seguem ora para os campos, ora para o grande terreiro existente na fachada principal. Junto a esta alameda, no final, à direita encontra-se a eira, sequeiro e espigueiro. O grande terreiro da fachada principal, com vários anexos que dão para ele e casa de caseiro, liga a caminho que conduz a outro portal no extremo norte da quinta. A casa é rodeada por frondosa mata de notáveis carvalhos, sobreiros e oliveiras, existindo um acesso secundário culminando no terreiro.

São notórios os vários espaços murados e compartimentados a sul da casa, correspondendo ao jardim, pomar e antiga horta. O jardim formal surge imediatamente abaixo da fachada sul da casa que integra a capela, antecedido por terraço murado. Acede-se deste terraço ao jardim por uma escada tendo no enfiamento, ao fundo do jardim, uma fonte de espaldar com duas bicas. Apresenta canteiros de buxo com árvores diversas – plátanos e laranjeiras - atualmente com muita sombra. Junto ao jardim, zona de fresco com pérgula de glicínia e escadas de acesso a um patamar com piscina rodeada por relvado e laranjal. Lateralmente à casa, um grande tanque e em quota inferior um jardim romântico com lago central, com laranjeiras, camélias e diospireiros.

Monumento de Interesse Público, Portaria n.º 108/2015, DR, 2.ª série, n.º 32 de 16 fevereiro 2015.

Inventário: Joaquim Gonçalves - outubro de 2018.