Jardim da Santa Casa da Misericórdia de Santar

A Irmandade de Nossa Senhora da Misericórdia de Santar foi fundada em 1632 pelo donatário D. Lopo da Cunha, segundo filho de D. Pedro da Cunha, proprietário do Paço dos Cunhas. A igreja da irmandade foi mandada construir na mesma época num terreno doado pelo fundador, integrado na cerca da Quinta do Casal Bom, que também instituiu um legado que vigorou até ao século XIX. Constitui hoje um espaço retangular, totalmente vedado ocupando o edifício, maioritariamente constituído pela igreja e encostada aos limites, cerca de um terço da parcela sendo a restante ocupada pelo jardim. Um muro remata o jardim pelo lado sul e funciona como um miradouro com o primeiro plano preenchido por extensos campos de vinha, tendo ao fundo a serra da Estrela.

O edifício encontra-se recuado em relação à rua principal, sobre o largo Visconde de Taveiro. A igreja tem a fachada lateral esquerda sobre este adro e prolonga-se por um pequeno muro com grade e um portão ao cento que dá acesso ao adro do cruzeiro. A fachada principal da igreja é virada a poente, ladeada pela torre sineira do lado esquerdo e por uma varanda alpendrada do lado direito, com acesso pelo interior do edifício. Desta varanda desfruta-se de uma vista privilegiada sobre a Casa dos Condes de Santar e Magalhães e dos seus jardins. A fachada lateral direita da igreja dá para um jardim, com acesso direto à rua através de um portão, onde a partir de 1886 esteve instalado o cemitério, desativado em 1945. No entanto, o acesso principal ao jardim faz-se a partir do largo do Visconde de Taveiro entrando-se no adro do Cruzeiro constituído por canteiros de buxo e um pequeno bosquete onde se abriga o cruzeiro, sob um alpendre quadrangular com cúpula piramidal.

A Santa Casa da Misericórdia tem a norte um pequeno jardim público com a estátua da rainha D. Leonor, ao centro, e imediatamente a nascente encontra-se o recém-inaugurado Centro de Dia da Santa Casa da Misericórdia.

Imóvel de Interesse Público, Decreto n.º 47 508, DG, 1.ª série, n.º 20 de 24 janeiro 1967

Inventário: Teresa Andresen