Casa do Costeado

Quinta com cerca de 4,5 ha, em zona densamente construída. A estrada EN 105, aquando da sua transformação em via rápida, cortou de modo drástico a propriedade em duas partes divorciando a principal área produtiva da envolvente da casa.

Em maio de 2018 a Câmara Municipal de Guimarães fez a escritura da quinta, após a sua compra, e anos de abandono, com o objetivo de ali instalar, em parceria com o IPCA – Instituto Politécnico do Cávado e do Ave, uma escola de hotelaria e restaurar o palacete e recuperar o jardim.

A casa terá sido construída em finais do séc. XVIII, princípios do XIX por uma família luso-brasileira cuja fortuna foi feita no Brasil. Um episódio de um atentado é referido em 1841 a António de Nápoles Vaz Vieira, futuro Barão do Costeado que vitimou a sobrinha Júlia da Luz, a “Menina do Costeado” que ia na mesma carruagem. Consta que as primeiras camélias trazidas para este jardim terão vindo do Brasil em pleno séc. XIX, que na época eram também naquele local do outro lado do Atlântico uma raridade. O acesso é feito por portal que conduz a alameda, ladeada por sebe de buxo, que percorre mata com carvalhos, cedros, loureiros, falsos plátanos, castanheiros da índia, magnólias e camélias. A alameda culmina no terreiro da casa. Lateralmente a esta encontra-se jardim de notáveis camélias por entre sebes podadas de buxo. Os desenhos mais formais dos canteiros de buxo já quase são impercetíveis. Para sudoeste correm altos corredores de buxo talhados que enquadram as hortas e árvores de fruto, culminando em dois mirantes constituídos por enormes e antigas camélias, como casas de fresco, que mostrariam a vista para a veiga de Creixomil.

Inventário: Joaquim Gonçalves – maio de 2019.