Casa da Penha

Propriedade murada com cerca de 4,3 ha, com na encosta do Monte da Penha, na proximidade do Santuário de Nossa Senhora da Penha, constituída por casa do tipo chalet, junto à estrada que conduz ao alto do Monte da Penha. Parque densamente arborizado com várias estruturas de betão naturalizado, construído e plantado no início do séc. XX.

A propriedade foi adquirida por João Rodrigues Loureiro, um dos maiores industriais do Vale do Ave, que ambicionava aqui construir a sua casa de campo, onde depois de a construída começa a passar sempre quinze dias para descanso absoluto. O parque foi feito com a ajuda do seu amigo José Luís de Pina, autor do Plano de Alargamento da Cidade e quem acompanhou as obras da Irmandade da Penha foram as equipas da casa Moreira da Silva, autor por sugestão do parque da Penha.

O parque atualmente possui duas entradas, a do topo, antiga entrada de serviço, hoje em dia usada como entrada para o local onde se fazem eventos e onde existem várias construções para tal, nos locais dos antigos campos de ténis e croquet, e a original, junto ao portão de acesso à casa, na quota mais baixa da propriedade, junto à estrada. Essencialmente o parque é constituído por labirínticos caminhos serpenteantes, delimitados por pedras, sempre com o intuito de naturalização, passando por diversas estruturas em betão naturalizado, imitando madeira, hoje em dia cobertos de musgo devido à densa humidade, que vão desde bancos, recantos, fontes, mirantes, lago com gruta, pequenas casas de fresco, torre com ponte, sempre tudo no sentido ascendente, chegando no alto onde existem enormes formações graníticas, as penhas, que também servem de recantos de estar com bancos e mesas, caminho por entre elas e no topo de tudo um grande tanque que acumula água para alimentar as fontes por gravidade, aliás junto a alguns caminhos existem caleiras que permitem ver o correr da água por entre o arvoredo. Junto a este tanque rodeado de bambus encontra-se uma construção denominada de “moinho” inacabada e que não se sabe bem a sua finalidade. Inúmeras espécies cobrem todo o parque algumas de porte notável, como abetos, sequoias, araucárias, liquidâmbares, tílias, ciprestes, faias, medronheiros, carvalhos, castanheiros.

Arvoredo de Interesse Público, Despacho n.º 3265/2019, Diário da República, 2ª série – N.º 59 – 25 de março de 2019.

Inventário: Joaquim Gonçalves – maio de 2019.