Solar da Oliveira / Morgado de Oliveira

Alentejo | Évora

Solar da Oliveira / Morgado de Oliveira

Aproximadamente a meia distância entre Évora e Arraiolos, na freguesia de Nossa Senhora da Graça do Divor, encontra-se o Paço do Morgado da Oliveira.

A história desta propriedade confunde-se com a do morgadio da Oliveira, instituído em 1286 por D. Martinho de Oliveira, cónego da Sé de Évora e arcebispo de Braga, sendo seu primeiro administrador seu irmão, Pedro Pires de Oliveira, mestre do príncipe D. Afonso, futuro d. Afonso IV. O vínculo foi confiscado em 1397 e entregue a Rodrigo Álvares Pimentel. Há notícia de D. João II ter aqui pernoitado. Em meados do século XVII, era governado pelo morgado Luís Francisco de Oliveira e Miranda mantendo-se a propriedade na posse dos Condes de Rio Maior até aos tempos recentes. Atualmente é a sede da empresa de vinhos Fita Preta que, em 2016, adquiriu a quase totalidade da propriedade reservando o usufruto do paço e a obrigação de proceder ao seu restauro pois este encontrava-se em avançado mau estado de conservação. A herdade é rica em água e aqui nasce o aqueduto da Prata destinado ao abastecimento de Évora.

A construção do paço terá sido iniciada no final do século XIII, sabendo-se que sofreu modificações profundas no século XIX. Acede-se à propriedade a partir da EM 527, um pouco a norte da A6 e um caminho conduz ao paço. Junto à entrada à esquerda encontra-se um antigo lagar de azeite e à esquerda acede-se à capela, adossada ao paço sendo antecedida por um cruzeiro. Entrando-se no terreiro, à direita encontra-se o imponente paço. O piso inferior do paço é dedicado ao armazenamento de vinho e nos restantes procede-se a obras de restauro. À esquerda, fronteiro ao paço, foi contruído um novo edifício revestido a cortiça onde em cotas inferiores se encontram as novas adegas. A nascente, num patamar numa cota inferior encontram-se as ruínas de um ninfeu, ao gosto renascentista, vendo-se vestígios de paredes e tanques abastecidos a partir de uma nora existente junto ao lado sul do paço a partir da qual a água é transportada em caleira sobre um muro. O sistema hidráulico reclama restauro. Alimenta um tanque de grandes dimensões, numa cota inferior ao ninfeu, com uma gárgula em cabeça de animal. Quer do terreno quer do ninfeu tem-se uma ampla vista sobre o campo, tendo em primeiro plano, as vinhas novas já plantadas pelo novo proprietário, contidas por uma orla arbórea onde pontuam oliveiras e freixos.

Inventário: Teresa Andresen - janeiro 2019

Solar da Oliveira / Morgado de Oliveira

(consultada em maio de 2019)
CASTEL-BRANCO, Cristina – Jardins com História: Poesia atrás de muros. [S.l.]: Edições Inapa, 2002. p. 169
LEVANTAMENTO E AVALIAÇÃO de Jardins Históricos para Turismo. Lisboa: Centro de Ecologia Aplicada Baeta Neves, Instituto Superior de Agronomia, Abril 1998, vol II
Notas policopiadas, fornecidas pelo proprietário em janeiro de 2019
https://sites.google.com/site/evoraeseusarredores/solar-da-oliveira
http://fitapreta.com/downloads/2019-paixao-vinhos.pdf
https://digitarq.arquivos.pt/details?id=4248588

Rua Pereira Charula, 16