Jardim da Praça da República

O Jardim da Praça da República, com cerca de 900 m2, localiza-se em Vila do Conde, na margem direita do rio Ave, entre o Cais das Lavandeiras e a ponte sobre o Ave, no sopé do Monte de Santa Clara, coroado outrora pelos Paços Reais e, desde o século XIV, pelo Convento de Santa Clara, cuja igreja se encontra classificada como Monumento Nacional desde 1910. A praça é marginada a poente e a norte por edifícios de construção setecentista e oitocentista, dos quais de destaca a brasonada Casa dos Vasconcelos, ou Casa do Submosteiro, classificada como Imóvel de Interesse Público desde 1977, que funciona atualmente como Auditório Municipal.

Outrora designado por “Campo da Feira” ou simplesmente por “Terreiro”, o sítio agora ocupado pelo Jardim da Praça da República era palco de tradicionais feiras de gado, consistindo, na década de 1900, num amplo espaço em terra batida, rodeado por algumas árvores e contendo ao centro o chafariz que se pode hoje observar no local. Depois de 1910 é-lhe atribuída a denominação de Praça da República, a qual seria sujeita, no início da década de 1950, a uma profunda intervenção de ajardinamento. São traçados canteiros de formas regulares e simétricas em torno do grande chafariz central em cantaria de granito, coroado por uma esfera armilar e com tanque hexagonal. Do jardim obtêm-se vistas extraordinárias para o Convento de Santa Clara e para o rio.
Originalmente rodeada por vias de circulação automóvel, o desenho do jardim da Praça da República seria parcialmente reformulado nas décadas seguintes, com a pedonalização da via a nascente, paralela à ponte sobre o Ave e à Estrada Nacional 13, e da via a sul, paralela ao Ave.

O jardim é acessível através de várias entradas, destacando-se, no topo nascente, o acesso a partir da avenida José Régio, em ampla escadaria em forma de meia laranja. A organização do jardim mantém-se fundamentalmente a original, consistindo num espaço central pavimentado com o chafariz e dois canteiros ao centro, rodeado por bancos e canteiros relvados onde sazonalmente são plantadas herbáceas anuais, de grande diversidade florística e cromática. Num dos canteiros centrais que ladeiam o chafariz, encontra-se o busto de Domingos Antunes de Azevedo, vice-presidente da Câmara Municipal de Vila do Conde entre 1900 e 1901, responsável pela introdução de importantes inovações agrícolas no concelho.

As espécies arbóreas com maior presença no jardim são as mélias, na placa central, e os plátanos no passeio paralelo ao rio, podendo ainda observar-se uma araucária-de-Norfolk e uma araucária-columnar no topo nascente e uma palmeira-das-Canárias no topo poente.

Inventário: Matilde Cerqueira Gomes, João Almeida e Teresa Portela Marques – maio de 2020.

inserido na ROTA DO GRANDE PORTO