Santuário de Nossa Senhora da Graça

Santuário localizado a cerca de 990 m de altitude, no alto do Monte Farinha, ou Monte de Nossa Senhora da Graça, alcançando uma vista privilegiada de 360º sobre o vale do Tâmega e as serras do Alvão, Marão, Barroso e Cabreira. O atual santuário reconstruído em 1775, integralmente em granito, apresenta origens bem mais antigas com cultos anteriores a S. Veríssimo e a Santo Apolinário, onde ainda hoje existe uma fonte com o mesmo nome. Possui três capelas dedicadas à Anunciação, de 1886, à Visitação, de 1933 e a Natividade, de 1934. Lateralmente a este monte encontra-se outro mais baixo, chamado de Alto dos Palhaços, antigamente designado de Monte Meão ou Mesquita e uma pedra de grandes dimensões chamada de Pedra Alta. O Monte Farinha, envolto em lendas antigas de mouras encantadas, possui no seu sopé um antigo castro da Idade do Ferro, chamado de Castroeiro. Este santuário possui duas grandes festas, a primeira dedicada a S. Tiago, no dia 25 de julho e a segunda a Nossa Senhora da Graça, no primeiro domingo de setembro. O acesso é feito por estrada que percorre o monte em espiral, encontrando-se no caminho vários locais para repouso e merendas, com fontes e zonas de sombra. No sopé do monte, logo no início da estrada encontra-se uma antiga casa de guarda-florestal, atualmente convertida em Centro BTT e um parque de merendas com zonas de sombra e pequeno lago. Junto a este avista-se um aqueduto, construído nos anos 30 do séc. XX, a expensas do Comendador Alfredo Álvares de Carvalho, também ele benemérito do santuário, e que ainda hoje conduz a água nascida na Senhora da Graça à parte alta e antiga da vila de Mondim de Basto. O atual santuário, de aspeto neoclássico resulta de várias reconstruções feitas ao longo dos séculos, possuindo a atual igreja um aspeto bastante robusto para resistir às duras condições da intempérie que assola o local no inverno. Para além da igreja, localizada no alto, com acesso por escadório, possui quartéis de peregrinos, casa das estampas e instalações para retiros e residência do ermitão. Em quota mais baixa, por caminhos lajeados em ziguezague, encontram-se as três capelinhas, rodeadas por adro. Apesar de hoje em dia a festa principal ser a de Nossa Senhora da Graça, a romaria que existia a S. Tiago era de grandes dimensões, vindo muitos peregrinos de todo o Minho e vale do Sousa, mas desde os anos 50 do séc. XX que a sua importância tem vindo a decair.

Inventário: Joaquim Gonçalves – abril de 2018.