Casa de Mosqueiros
Norte | Celorico de Basto
Casa de Mosqueiros
Quinta localizada na periferia da vila de Celorico de Basto, em terreno de suave declive, no lugar de Mosqueiros, junto ao rio da Vila, que circunda a quinta e que terá dado origem ao nome devido à modalidade de pesca da truta pelos chamados “mosqueiros” (pesca com um anzol chamado “mosca”). A quinta, hoje com apenas cerca de 2 ha, foi o berço da família Mota, da região de Basto, com origens muito antigas, no séc. XVI. Encontra-se inserida em meio rural, num lugar pitoresco, com diversas casas antigas, algumas com pequenos jardins de camélias, rodeado por terrenos agrícolas. A casa de construção setecentista, com pedra de armas e uma interessante escadaria, é precedida por um jardim do séc. XIX / XX, ao gosto dos chamados “Jardins de Basto”, com topiárias de camélia e canteiros sinuosos bordejados de pequenas sebes de buxo talhado. Lateralmente à casa e atrás, desenvolvem-se os terrenos de horta, construções de apoio agrícola, campos e o local onde se situava a antiga mata, atualmente desaparecida. Pertenceu a Jerónimo da Mota, a quem é concedida carta de brasão, em 1552. Terá sido um estudioso de leis em Siena, Itália e terá feito parte da corte de D. João III. A família, descendente de Rui Gomes de Gondar, que viveu no séc. XIII, acrescentou o nome “Mota” por viver nas chamadas “Terras da Motta”. Um filho de D. Jerónimo, Braz da Mota de seu nome, terá tomado partido de D. António Prior do Crato, na crise da Independência de 1580, motivo pelo qual se terá refugiado na sua propriedade de Basto. Mais tarde, a família vendeu a quinta à família Macedo, ligada a negócios no Brasil. O acesso principal é feito por portal que conduz ao jardim formal na frente da casa, de cariz oitocentista, com enorme arco de camélia a receber o visitante, canteiros sinuosos contornados com pequenas sebes de buxo contendo plantas anuais, pequenos arbustos, uma lagerstroemia, rododendros e laranjeiras. A ladear a escadaria da casa encontram-se duas grandes palmeiras das Canárias e uma Washingtonia. Corredores de buxo com arcos, por entre regadeiras, conduzem-nos à zona da horta ordenada em canteiros de buxo, onde convivem plantas comestíveis e ornamentais produzidas em modo de agricultura biológica. Atrás da casa, existe uma entrada lateral para um pátio convidativo encimado por uma varanda que abre sobre um terreiro onde existe um grande tanque de pedra. Daqui sai-se por um portão para a zona da piscina, junto ao espigueiro e à eira, correspondendo a antigos campos de cultivo.
Inventário: Joaquim Gonçalves – abril de 2018.
Casa de Mosqueiros
(Consultada em abril de 2018)
CARVALHO, António Alves de – Concelho de Celorico de Basto. [S.l.] : [s.n.], 1989. p. 95.
STOOP, Anne de – Palácios e Casas Senhoriais do Minho. 2ª ed.[S.l.] : Civilização Editora, 2000.