Parque das Pedras Salgadas

Norte | Vila Pouca de Aguiar

Parque das Pedras Salgadas

Parque termal com cerca de 20 ha na vila de Pedras Salgadas, junto à ribeira de Avelames, afluente do Tâmega, que corre a nascente, rodeado pelos montes das serras da Padrela e Alvão. A abertura oficial das termas data de 1879 e desde essa altura recebeu inúmeras visitas ilustres, incluindo a família real portuguesa, como as de D. Fernando II, D. Maria Pia e D. Carlos I. O parque apresenta espécies notáveis bastante variadas como alamedas de plátanos e negrilhos, tílias, carvalhos, cedros, abetos, pinheiros, entre muitos outros. Possui ainda construções do final do séc. XIX, inícios do XX, que incluem fontes, museu, antigo casino e hotel, chalés e spa termal. Apesar das várias remodelações, restauros e novas construções continua a respirar-se um ambiente caraterístico das estâncias termais da altura da Belle Époque. O parque, de grandes dimensões, possui duas entradas principais, a sul, a chamada entrada da vila, e a do Norte. Nesta primeira, com portal com data de 1914, acede-se a alameda com fonte central de tanque circular, chamada a Fonte D. Maria Pia. Na proximidade encontra-se o edifício da fonte D. Fernando e dois chalés, um deles chamado de Vila Adriano. Lateral à alameda encontra-se um jardim formal de buxo e um roseiral que enquadra a fachada do museu, instalado num edifício de feições dos anos 40/50, do séc. XX. Perpendicular a esta alameda corre outra bastante longa com negrilhos e plátanos, que atravessa toda a parte baixa do parque e liga à entrada norte. Nesta parte baixa encontram-se o edifício do spa termal, remodelado pelo arquiteto Siza Vieira, as fontes Alcalina, das Pedras Salgadas e a Preciosa, um grande lago artificial rodeado por abetos, cedros e palmeiras Washingtonia, as antigas garagens e casa de chá. Em quota mais elevada, encosta acima, com caminhos serpenteantes e escadarias desenvolve-se o resto do parque, densamente arborizado, pontuado por clareiras, onde existem construções recentes para receber hóspedes como as eco-houses e as tree-houses, fruto da intervenção do arquiteto Luís Rebelo de Andrade. Num dos acessos, por entre as várias escadas encontra-se a estátua em bronze do benemérito J. M. Lopes de Oliveira. Várias construções de época subsistem como o edifício do casino, com jardim de carácter mais formal lateral, o antigo Grande Hotel, em ruínas e a capela. Junto a estes últimos encontra-se um mirante com guardas em betão imitando cortiça, muito ao gosto de Jacinto de Matos, aliás as várias guardas que se encontram no parque partilham a semelhança. O mirante encontra-se virado a um jardim com canteiros de buxo e fonte de tanque recortado. Para além das espécies notáveis já referidas encontram-se sequóias, teixos, ciprestes de Lawson medronheiros, amieiros, vidoeiros, freixos, choupos, sobreiros e castanheiros. A descoberta da água das Pedras Salgadas deve-se um médico, o Dr. José Júlio Rodrigues, em 1871, tendo-se iniciado a partir daí um processo de reconhecimento terapêutico das águas, que chegaram a ser premiadas na Exposição Internacional de Viena de Áustria, em 1873. Após a sua abertura oficial, várias visitas da família real deram-lhe o merecido prestígio.Em 1884, foi visitado pela rainha D. Maria Pia e D. Fernando II e, em 1907, pelo rei D. Carlos.

Inventário: Joaquim Gonçalves – abril de 2018.

Parque das Pedras Salgadas

ARAÚJO, Ilídio de – Arte Paisagista e Arte dos Jardins em Portugal. Lisboa : Centro de Estudos de Urbanismo, 1962.
GUIA de Portugal: Trás-os-Montes e Alto-Douro I. Vila Real, Chaves e Barroso. [S.l.] : Fundação Calouste Gulbenkian. Vol. 5. p. 354-357.

Bornes de Aguiar, Pedras Salgadas, EM 549