Parque de Vidago
Norte | Chaves
Parque de Vidago
Parque termal localizado junto à vila de Vidago, com cerca de 100 ha, no vale da ribeira de Oura, afluente do Rio Tâmega. O imponente edifício do Vidago Palace Hotel, inaugurado 1910, encontra-se ao fundo da alameda de plátanos que se inicia junto ao caminho-de-ferro, prolongando-se para lá do gradeamento do parque. Na frente do Hotel, encontra-se uma fonte de tanque circular, ladeada por canteiros de flores e, na sua frente, em canteiros longitudinais encontram-se exemplares notáveis de camélias.
O atual edifício do Vidago Palace, projetado Ventura Terra e concluído por António Rodrigues da Silva Júnior, terá substituído um outro concluído em 1873, que terá tido como hóspede o rei D. Luís. A construção do hotel, iniciou-se em 1908 por iniciativa do rei D. Carlos, um dos melhores da Europa da altura, infelizmente só concluído dois anos após a morte do seu promotor. O Hotel foi reabilitado e reaberto em 2010, com o spa termal projetado pelo arquiteto Siza Vieira.
Exemplares notáveis de inúmeras espécies povoam o parque, nomeadamente sequóias, castanheiros da índia, carvalhos escarlate, acácias bastardas, carvalhos americanos, espanta lobos, plátanos, tílias prateadas, choupos de Itália, faias, cedros do Buçaco e magnólias. A par do edifício do hotel surgem outros tantos da mesma época, nomeadamente os das fontes I, II e Sallus, a casa de chá e um chalé que lhe conferem uma atmosfera idêntica a uma estância termal da Belle Époque. A área maior do parque desenvolve-se em terreno relativamente plano, continuando em encosta por área densamente florestada.
Lateralmente para norte do hotel encontra-se um grande lago artificial, com ilha e ponte em madeira. Lateralmente para sul, ao longo do parque, encontra-se um coreto e junto a este o edifício revivalista da Fonte I. Terá sido em 1863 que um lavrador terá descoberto por acaso as funções terapêuticas das suas águas. A Câmara Municipal de Chaves incumbiu o Dr. Agostinho Lourenço de examinar as propriedades terapêuticas da água do Vidago e, em 1870, adjudicou a exploração destas águas por 50 anos. A esta fonte, segue-se um chalé, uma casa de chá / restaurante de grandes dimensões – o Club House - e o edifício da Fonte II, mais pequeno mas rodeado por um lago artificial, muito recortado com pontes em cavalete. Mais a sul encontra-se a Fonte Sallus. O parque é percorrido por caminhos com pavimentos em pedra e em terra batida, que acompanham os densos arvoredos de centenárias árvores, dando acesso ao campo de golfe, às fontes e aos outros diferentes destinos.
No parque existe um campo de golfe, conhecido pela sua qualidade cénica, um dos primeiros do país, feito por Philip Mackenzie Ross, em 1936, com 9 buracos, e remodelado por Cameron & Powell, atualmente com 18 buracos.
Inventário: Joaquim Gonçalves – abril de 2018
Parque de Vidago
CASTEL-BRANCO, Cristina – Jardins de Portugal. [S.l.] : CTT Correios de Portugal, 2014. pp. 48-51.
GUIA de Portugal: Trás-os-Montes e Alto-Douro I. Vila Real, Chaves e Barroso. [S.l.] : Fundação Calouste Gulbenkian. Vol. 5. p. 360-363.
http://www.monumentos.gov.pt/Site/APP_PagesUser/SIPA.aspx?id=5718
https://sigarra.up.pt/up/pt/web_base.gera_pagina?p_pagina=antigos%20estudantes%20ilustres%20-%20miguel%20ventura%20terra