Quinta da Coutada

Norte | Arcos de Valdevez

Quinta da Coutada

A propriedade com cerca de 30 ha, na maioria mata, desenvolve-se na margem esquerda do rio Vez, fazendo igualmente fronteira com o rio Ázere, na proximidade da vila dos Arcos de Valdevez. A propriedade murada, fronteira ao complexo desportivo de Arcos, tem amplas vistas sobre o Monte do Castelo e as Serras de Paredes de Coura, Peneda, Soajo e Gerês.

Inicialmente era propriedade e coutada do Paço de Giela, dos Viscondes de Vila Nova de Cerveira e Marqueses de Ponte de Lima, daí o nome de Casa ou Quinta da Coutada. A 27 de Maio de 1793, Gaspar Queirós Botelho de Almeida e Vasconcelos obteve o aforamento por três vidas numa terra onde cresciam frondosos carvalhos. No final do séc. XVIII mandou construir o solar para sua residência (STOOP, 2015). A quinta mantêm-se na mesma família desde essa altura, tendo sofrido algumas mudanças ao longo do tempo, nomeadamente nos anos 40 do séc. XX por Pedro de Queiroz Gaivão, que remodelou parte da casa e da mata, tendo mandado plantar as frondosas faias rubras que lá existem.

A casa barroca, da tipologia “casa-comprida”, segundo Carlos Azevedo, apresenta escadaria virada ao terreiro e é ladeada por portões, um deles de aparato que conduz ao jardim que se desenvolve em socalcos atrás da casa. É marcado pelas ramadas de vinha que percorrem os caminhos com pequenas sebes de buxo, delimitando canteiros. Um pequeno tanque surge no centro do primeiro patamar do jardim suportado por muro de granito rematado por grade, constituído por canteiros de buxo e zona de sombra com latada de glicínia no extremo. Exemplares de camélias, rododendros, cedros e liquidâmbares preenchem o jardim. Nos patamares inferiores surge o pomar entre zonas ajardinadas. Campos outrora de milho deram lugar à continuidade da mata, onde se acede por caminho junto ao portal de aparato, conduzindo a zona com construções agrícolas e ao jardim das faias rubras. Intensas zonas de sombra são criadas por aveleiras, ciprestes, azevinhos, plátanos, sequóia e na grande maioria carvalhos. No início da mata, sempre em sentido descendente em relação ao rio, encontra-se um grande tanque de rega. A mata estende-se até ao rio Vez, acompanhando-o, encontrando-se na sua margem as ruínas de uma azenha e avistando-se na margem oposta a via pedonal que vai dos Arcos até Sistelo. No extremo da mata existe um notável eucalipto.

IM - Interesse Municipal, Decreto nº 28/82, DR, 1.ª série, n.º 47 de 26 fevereiro 1982.

Inventário: Joaquim Gonçalves – Setembro de 2018

inserido na ROTA DO ALTO MINHO

Quinta da Coutada

(Consultada em setembro de 2018)
CASTEL-BRANCO, Cristina – Jardins com História: Poesia atrás de muros. [S.l.]: Edi-ções Inapa, 2002. pp. 28 - 30.
LEVANTAMENTO E AVALIAÇÃO de Jardins Históricos para Turismo. Lisboa: Centro de Ecologia Aplicada Baeta Neves, Instituto Superior de Agronomia. Abril de 1998. Vol. I.
STOOP, Anne de; MAYOR, João Paulo Sotto (fotografia) – Arquitetura Senhorial do Minho. [S.l.] : Caminhos Romanos, 2015. pp. 249 - 251.
http://www.monumentos.gov.pt/site/app_pagesuser/SIPA.aspx?id=15173

EM 1322, Giela