Cerca do Mosteiro de Fiães

O Mosteiro de Fiães encontra-se implantado na encosta da serra da Peneda, a cerca de 700 metros de altitude, no concelho de Melgaço. De origens muito antigas, é referido já em 815 um convento no local, sendo reedificado em 870 segundo Frei António da Purificação. Foi no início um mosteiro beneditino. D. Afonso Henriques coutou o mosteiro e este mudou para a regra cisterciense por alturas da segunda metade do século XII, filiando-se, então, no Mosteiro de São João de Tarouca. Viveu um período de esplendor inicial que se prolongou além do século XIII. Considerado, do ponto de vista jurisdicional, um cenóbio não dependente de nenhum bispo, o abade exercia sobre o domínio uma jurisdição quase episcopal. Depois de um prolongado período de decadência, o prior de Alcobaça, Dom João de Cós, assumiu o cargo de abade de Fiães e em 1530 a vida da abadia foi restaurada e o mosteiro recebeu reformas sucessivas.

Pouco resta das dependências monacais. Destaca-se a igreja românica construída na primeira metade do século XIII e reformada nos séculos XVII e XVIII. A igreja conserva a cabeceira, o portal e as paredes exteriores das naves da época medieval. O túmulo da nave sul é do século XV, e contém os restos mortais de Fernão Eanes de Lima, pai de Leonel de Lima, 1º Visconde de Vila Nova de Cerveira. Na fachada principal, nas partes altas refeitas no século XVII, encontram-se janelões e nichos com as imagens de Nossa Senhora, São Bento e São Bernardo. Foi extinto em 1834, passando para a posse de privados e a igreja mantem-se como paroquial dedicada a Santo André.

Possui um portão de entrada fronteiro à igreja que abre para um terreiro circunscrito por muro que se alarga aos lados da igreja. No entanto, a norte deste terreiro existe uma grande alameda de notáveis carvalhos, precedida por cruzeiro, tendo a nascente vários edifícios privados – alguns com elementos evidentes de partes do mosteiro, e suportada a poente por um muro que corre ao longo da estrada. Na alameda encontra-se uma fonte adossada a um muro recolhido e acede-se ao cemitério paroquial. Atrás do mosteiro ainda se encontram vestígios da antiga cerca na encosta armada em socalco e coberta por densa vegetação enquanto que, do outro lado da estrada, existem diversos campos agrícolas e avista-se o lugar.

Monumento Nacional, Decreto de 16-06-1910, DG n.º 136 de 23 junho 1910 / Decreto nº 129/77, DR, 1.ª série, n.º 226 de 29 setembro 1977.

Inventário: Joaquim Gonçalves - outubro de 2018.

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