Mosteiro de Paderne
Norte | Melgaço
Mosteiro de Paderne
Mosteiro românico implantado no centro da povoação de Paderne, em encosta, conserva parte da cerca, muito dividida e alterada, com campos agricultados, hortas e ramadas.
Fundado no séc. XI, como mosteiro feminino, foi doado à Sé de Tui, passando no se-gundo quartel do séc. XIII a pertencer aos Cónegos Regrantes de Santo Agostinho. É por volta desta altura que foi demolida a velha igreja e construída a atual. Desde 1415, que pertence ao arcebispado de Braga e posteriormente entrou em regime de comendatários. Em 1578 e em 1582, foi abrangido pelos contratos celebrados entre a coroa e a Congregação de Santa Cruz de Coimbra. Pertencendo ao padroado real, em 1582, foi abrangido pelo "Contrato dos mosteiros novos", assinado entre o rei e o prior geral da Congregação de Santa Cruz, pelo qual o rei recebia uma pensão régia. Em 1594, foi unido à Congregação de Santa Cruz de Coimbra. Séculos mais tarde, em 1770, a 4 de julho, a Ordem foi extinta pelo papa Clemente XIV e anexado ao Real Convento de Mafra. Naquela altura apenas era habitado por onze monges que foram transferidos para Mafra e tinha uma rica biblioteca com cerca de 1140 volumes. Luís Rodrigues Caldas, Cavaleiro Professo na Ordem de Cristo, comprou o mosteiro em 28 de Agosto de 1773. Luís Pereira Velho de Moscoso, o proprietário do Palácio da Brejoeira que em 1806 iniciou a construção do palácio, casou com a sua filha D. Luísa Maria Cleofe Pereira Caldas. O casal, em 1825, adquiriu o mosteiro, juntamente com todos os seus edifícios, quinta, coutadas, pesqueiras, apresentações e mais pertenças e regalias a D. Catarina Rita Jorge Caldas, viúva do irmão de D. Luísa Maria. Em 1888 foi comprado por um particular.
O mosteiro encontra-se rodeado de extensa área agrícola, muito compartimentada não havendo a leitura do que terá sido a sua cerca. Destaca-se a igreja do mosteiro – Igreja do Divino Salvador de Paderne - possui um adro murado, com acesso por portão e duas palmeiras de vassoura a enquadrar a fachada da igreja. Lateralmente encontra-se o cemitério da povoação. As dependências monacais estão parcialmente abandonadas, divididas por vários proprietários, algumas servindo de residência, restando apenas três alas do claustro. A entrada para a parte monacal é por pátio com nogueiras, que dá acesso ao que resta do claustro, com laranjeiras e buganvílias. Na parte de trás dos edifícios, conserva-se uma fonte em zona de fresco, rebaixada, em relação ao caminho, com tanques, transformados em lavadouros.
Monumento Nacional, Decreto de 16-06-1910, DG n.º 136 de 23 junho 1910 (igreja) / IIP - Imóvel de Interesse Público, Decreto nº 129/77, DR, 1.ª série, n.º 226 de 29 se-tembro 1977 (convento).
Inventário: Joaquim Gonçalves - outubro de 2018.
Mosteiro de Paderne
(Consultada em outubro de 2018)
http://www.monumentos.gov.pt/site/app_pagesuser/SIPA.aspx?id=3617
https://digitarq.arquivos.pt/details?id=1461539
https://digitarq.advct.arquivos.pt/details?id=1042873