Quinta de São Cristóvão da Portela

Quinta com produção vitivinícola, casa, jardim e grande mata, nas encostas dos montes Coturinho e Santinho, onde existem ruínas de castros pré-romanos. Encontra-se num núcleo de quintas antigas, todas elas com produção vitivinícola, com é o caso da Quinta da Bouça d’Arques, a de Monte de Roques, a de Nossa Senhora do Bonfim, com uma monumental alameda de entrada e a do Carmo, na proximidade do Calvário d’Arques.

Em 1575 foi instituído o vínculo da Casa e Quinta em nome de António Vilas-Boas Reymonde. No início do séc. XVIII, Cristóvão Alpoim da Silva que fizera fortuna no Brasil remodelou a casa, acrescentando a torre, a escadaria e os anexos agrícolas, tudo disposto em torno de um pátio. Em 1720, o sobrinho mandou construir lateralmente à casa o jardim formal de buxo, em socalcos e a capela.

A entrada principal é feita por terreiro com olival e lajeado de granito dando acesso ao portal armoriado que liga ao pátio interior, para onde se voltam as construções. Uma porta lateral no muro do terreiro dá acesso ao jardim que corre lateralmente à casa. “O solar seiscentista, a capela barroca, os jardins e o sistema hidráulico da Quinta de São Cristóvão da Portela constituem desta forma um exemplo coerente e particularmente bem conservado das quintas agrícolas da margem sul do rio Lima, território marcado por um extenso conjunto de propriedades de origem senhorial, destacando-se das restantes pela sua integridade, autenticidade, dimensão e valor arquitetónico e patrimonial. A es-tes fatores soma-se a sua localização, na proximidade do núcleo da Vila de Punhe, de origem romana, do Castro do Santinho ou de Roques, um dos maiores castros da Idade do Ferro, e de um acesso do Caminho Português de Santiago, denominado Estrada Real.” Sílvia Leite / DGPC / 2013

Monumento de Interesse Público / ZEP, Portaria n.º 406/2013, DR, 2.ª série, n.º 117 de 20 junho 2013.

Nota tendo por base visita exterior à propriedade e fontes bibliográficas: Joaquim Gonçalves - outubro de 2018.