Casa de Vila Flor

Norte | Guimarães

Casa de Vila Flor

Propriedade com cerca de 1,5 ha inserida em pleno centro de Guimarães, restando da quinta o palácio e os jardins a norte, em socalcos descendentes, tendo sido a zona agrícola urbanizada. Junto ao palácio encontra-se o Centro Cultural Vila Flor, um projeto de arquitetura do Pitágoras Group, inaugurado em 2005.

O palácio de Vila Flor foi mandado construir em meados do séc. XVIII por Tadeu Luís António Lopes de Carvalho da Fonseca e Camões, fidalgo da Casa Real e Senhor dos Coutos de Abadim e Negrelos, mandando colocar nas fachadas as estátuas dos reis de Portugal. Numa gravura datada de 1747 o palácio e o jardim, em três patamares, aparecem representados na parte sul de Guimarães. Em 1812 o palácio foi vendido pela família do Visconde de Vila Nova do Souto de El-Rei a uma prima, D. Maria Leonor de Sousa Peixoto de Carvalho, do Terreiro de Santa Clara. No séc. XIX era seu proprietário o 1º Conde de Arrochela, Nicolau de Arrochela Vieira de Almeida Sodré Laborão. Aqui esteve hospedada a rainha D. Maria II durante a sua visita ao Minho em 1852. Soares Veloso, gerente do Caminho de Ferro de Guimarães e então proprietário do palácio, disponibilizou as suas dependências para organizar a Exposição Industrial e Comercial de Guimarães em 1884. O palácio continuou a mudar de mãos, sendo adquirido pela família Jordão, de Guimarães no início do séc. XX, altura que acrescentou a característica mansarda do palácio. Em 1976, em avançado estado de degradação, a Câmara Municipal adquiriu o imóvel e terrenos onde instalou um polo da Universidade do Minho.

O jardim é composto por três patamares delimitados por balaustrada decorada por pináculos, urnas e estatuária, ligados entre si por escadarias de lanços opostos. É formado por canteiros de buxo com notáveis camélias, sebes talhadas e canteiros com relvados e azáleas. No centro encontra-se uma fonte de tanque circular de dupla taça. O patamar intermédio possui um tanque sextavado à volta do qual se encontram mais camélias, ladeado por mais dois tanques circulares recentes introduzidos recentemente, cujo projeto de arquitetura paisagista foi de Jorge Maia.

No patamar inferior, no muro de suporte, arcadas revestidas a azulejos de padrão do séc. XVII com estátua e fontes. Outra pequena fonte surge em eixo e no muro que remata a propriedade encontram-se conversadeiras. As zonas de intervenção recente apresentam grandes relvados com laranjeiras e árvores de folha caduca.

Incluído na Zona Especial de Proteção do Centro Histórico de Guimarães, Lista do Património Mundial.

Inventário: Joaquim Gonçalves – maio de 2019.

Casa de Vila Flor

(Consultada em maio de 2018)
ARAÚJO, Ilídio de – Arte Paisagista e Arte dos Jardins em Portugal. Lisboa : Centro de Estudos de Urbanismo, 1962. p. 221.
CASTEL-BRANCO, Cristina – Jardins com História: Poesia atrás de muros. [S.l.]: Edições Inapa, 2002. p. 161.
BOWE, Patrick ; SAPIEHA, Nicolas – Gardens of Portugal. [S.l.] : Quetzal Editores, 1989. p. 161.
CARITA, Hélder ; CARDOSO, António Homem – Tratado da Grandeza dos Jardins em Portugal : ou da originalidade e desaires desta arte. [S. l.] : Edição dos Autores, 1987. pp. 256 - 259, 264, 272.
LEVANTAMENTO E AVALIAÇÃO de Jardins Históricos para Turismo. Lisboa: Centro de Ecologia Aplicada Baeta Neves, Instituto Superior de Agronomia. Abril de 1998. Vol. I.
GUIA de Portugal: Entre Douro e Minho. II - Minho [S.l.] : Fundação Calouste Gulbenkian, 1996. Vol. 4. pp. 1227-1229.
http://www.monumentos.gov.pt/site/app_pagesuser/SIPA.aspx?id=756
http://europeangardens.eu/inventories/pt/ead.html?id=PTIEJP_Norte
https://www.cm-guimaraes.pt/cmguimaraes/uploads/document/file/3437/18633.pdf
https://www.ccvf.pt/conteudo.php?id=11&cat=2&cont=66&on=false
http://www.pitagorasgroup.com/project/vila-flor-cultural-center/?lang=pt-pt

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