Passeio dos Assentos

Conjunto de jardins públicos no centro histórico de Barcelos composto pelo Passeio dos Assentos ou Jardim das Barrocas, o Campo da Feira a norte e o Parque Municipal de Barcelos, no local da antiga cerca do Convento de São Francisco. No convento, hoje da Santa Casa da Misericórdia de Barcelos, atual Hospital de Barcelos, a nascente. Em 1834, após a Extinção das Ordens Religiosas, o convento foi cedido à Misericórdia para ali instalar o hospital, que se encontrava no centro da vila. Em 1836 foi então cedido todo o edifício e a cerca dos Capuchos. A transferência ocorreu em 1838. Na proximidade a Igreja de Santa Cruz e o chafariz, transferido para o local em 1967, do local original, o claustro do Mosteiro de Vilar de Frades.

A feira de Barcelos foi instituída por D. João I em 1412, a pedido do seu filho D. Afonso, 1º Conde de Barcelos. Em 1621 João Lopes, mestre canteiro executou o chafariz que se encontra no meio do campo da feira. No primeiro quartel do século XX, segundo projeto do Arquiteto José Marques da Silva, o chafariz do campo da feira foi colocado no local atual, sobre uma base octogonal com escadas e taças que serviam de bebedouro para os animais que frequentavam a feira. No Campo da Feira predominam plátanos, castanheiros da índia e liquidâmbares.

O Passeio dos Assentos ou Jardim das Barrocas ou das Obras começou a ser construído entre 1780 e 1783 no seguimento de um pedido de alguns barcelenses de um passeio público no terreno das Barrocas, cedido pela Casa de Bragança. Atualmente apenas restam as estruturas arquitetónicas pois o jardim é fruto de remodelações do século XX. O Passeio dos Assentos é desenvolvido em dois patamares, com muro barroco, recortado ornamentado por fogaréus e volutas com duas fontes e escadaria ao centro ladeada por obeliscos. O jardim formal é composto por canteiros de buxo com plantas anuais, roseiral e camélias, tuias e teixos talhados.

O Parque Municipal, ocupando a antiga mata da cerca conventual, apresenta notáveis cedros, carvalhos, faias rubras e camélias. Possui ainda exemplares de teixos, magnólias de flor grande, tulipeiros da Virgínia, falsos plátanos, sobreiros, castanheiros, canteiros com azáleas e caminhos em terra batida percorrendo o parque convergindo em fonte central. Apresenta várias zonas com bancos e para merendas, com relvado, circuito de manutenção e pequeno lago. Muro gradeado com namoradeiras.

Monumento de Interesse Público / ZEP, Portaria nº 453/2012, DR, 2ª série, nº 181, de 18 setembro 2012.

Inventário: Joaquim Gonçalves – maio de 2019.