Quinta de Curvos

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Quinta de Curvos

Quinta com 17 ha, sendo 10 ocupados por vinha, principal atividade agrícola da casa, toda murada, no lugar do Cerqueiral, confrontando a sul com a Capela de São Roque, patrono das fomes e pestes, e aqui construída junto à quinta em 1600.

No entanto, a quinta terá origens no século anterior, com outro nome. A 27 de Fevereiro de 1709 foi instituído o Morgadio da Quinta de Curvos pelo Reverendo Egínio Vilas Boas, suas irmãs Mariana e Engrácia e sobrinhas Maria e Inácia Vilas Boas. Em 1728, era proprietário da quinta Francisco Ferros Ponce de Leão, que a obtém por herança de seus pais D. Luísa de Vilas Boas e Roque Ferros Ponce de Leão, organista em Barcelos, sem descendentes. Foi vendida em 1882 ao Comendador Domingos Gonçalves de Sá que a vendeu a 8 de dezembro de 1916 a António Rodrigues Alves de Faria, brasileiro, que havia partido para o Brasil com 14 anos onde fez fortuna, tornando-se grande benemérito. Na década de 1910, o jardim foi remodelado e construídas as principais estruturas. Em 1949 António Rodrigues Alves de Faria morreu sem descendentes diretos e os herdeiros venderam-na em 1960 a um negociante imobiliário de Lisboa. Nos anos 70, foi adquirida por um casal inglês que modificou significativamente o palacete, retirando-lhe os torreões e o andar superior, no entanto o jardim foi sendo enriquecido por diversas espécies de camélias. Em 1974 foi comprada pela atual família proprietária.

A entrada é feita por imponente portal com águias, voltado à estrada nacional, em muro decorado com vasos e mirantes nos topos com azulejos arte nova. No topo do muro encontra-se um mirante. A entrada é feita por monumental alameda de plátanos, aberta numa frondosa mata de ciprestes de Lawson, magnólias de flor grande, tuias, abetos, faias rubras, carvalhos americanos, palmeiras das Canárias, entre outras, e grande proliferação de azáleas e rododendros. Lateralmente à alameda surgem construções em betão naturalizado, nomeadamente uma pequna gruta com e fonte, formando casa de fresco e por cima um mirante um original guarda-chuva gigante. Junto à casa existe um terreiro onde se encontra uma notável faia e tulipeiro da Virgínia. Encontra-se ainda uma fonte com um caramanchão por cima, tudo em betão naturalizado, à semelhança das estruturas popularizadas por Jacintho de Mattos.

Por entre a mata, percorrida por caminhos serpenteantes em terra batida encontram-se grande variedade de camélias, plantadas pelos antigos proprietários ingleses. Existem ainda exemplares de teixos e rododendros variados, dois notáveis exemplares de pinheiro guarda-chuva japonês e cedro do Atlas. Junto à casa encontra-se um pequeno jardim formal com canteiros geométricos e camélias e uma fonte com tanque recortado. Várias estátuas e urnas sobre pedestais encontram-se no local.

Em pleno parque, encontra-se uma pequena casa de fresco com as paredes decoradas por troncos fingidos, tudo em betão naturalizado e um pequeno lago. No topo surge uma estrutura monumental, em pedra e betão naturalizado com enorme lago com ilha e uma grande cascata tendo no seu interior uma gruta com acesso por ponte . No seu interior passadiços ondulantes, mesas e bancos de estar, com estalactites artificias no teto. Por cima desta estrutura uma alta torre de pedra, rodeada por canteiros artificiais imitando pequenas covas em pedra, mas em betão. Nas margens do lago existem zonas de estar como pérgulas com glicínia e mesa e outra estrutura em betão naturalizado com outra pequena gruta e mirante. Todo este admirável conjunto de estruturas em betão naturalizado, principalmente o grandioso lago, cascata, gruta e torre forma o ex-libris do parque. Este último rivaliza com outro de grandes dimensões existente no Palácio da Brejoeira, em Monção

Inventário: Joaquim Gonçalves e Teresa Andresen – maio de 2019.

Quinta de Curvos

(Consultada em maio de 2018)
http://europeangardens.eu/inventories/pt/ead.html?id=PTIEJP_Norte
http://www.quintadecurvos.pt

Av. Rodrigues de Faria 533, Forjães