Quinta de Santo António
Alentejo | Elvas
Quinta de Santo António
A Quinta de Santo António encontra-se a 7 km de distância de Elvas. A propriedade é murada e tem 17 ha de área. Deixa-se a estrada alcatroada e segue-se por um caminho entre olivais até se chegar a um amplo terreiro. Aí encontra-se um conjunto de construções agrícolas e um portal à esquerda que conduz à casa hoje um hotel rural.
Lugar com mais de três séculos de história, foi passando por vários proprietários até encontrar a sua utilização atual ao serviço de um projeto turístico. A primeira referência aos donos da quinta data de 1668 seno então seu proprietário Luís Correia de Carvalho. Seu filho António Correia de Figueiredo vendeu-a a João Rodrigues d’Oliveira e sua mulher D. Catarina Pereira da Silva. Seu filho João vendeu ao irmão Manuel que, por sua vez, a vendeu a José de Mello e Lacerda e a sua mulher D. Anna Maria Tello da Fonseca. Julga-se que tenha havido uma transação entre José de Mello e Lacerda e João António de Sequeira sendo que, em 1796, em partilhas, a quinta passou a pertencer a Francisco de Paula de Siqueira Barreto filho de João António de Siqueira, cavaleiro fidalgo da Casa Real, homem rico e influente de Elvas que, em 1780, adquiriu a propriedade. O seu filho Francisco foi igualmente uma pessoa influente e também ele cavaleiro fidalgo da Casa Real. João Miguel Sequeira Barreto herdou a quinta e o seu neto Francisco de Paula Sequeira Barreto Júnior vendeu a quinta a Manuel Joaquim Gonçalves. A quinta mantem-se nesta família, já na 5ª geração, de apelido Tello Raquilha de Abreu que fizeram a sua adaptação a hotel, a par com a continuação da atividade agrícola, e constituíram a SETABREU, S.A., empresa através da qual é feita a gestão do património.
Passando o portal brasonado, entra-se no pátio empedrado, com acesso a construções agrícolas e à casa/hotel, com fonte de quatro bicas ao centro. A capela data de 1715. Passa-se por um portão e acede-se a novo pátio, com um jardim à direita, que dá acesso direto à parte de trás da casa onde existe um terraço e, encostado a este, está um tanque com duas estátuas enormes. Recentemente desapareceram as duas palmeiras que pontuavam o jardim. A quinta estrutura-se segundo vários eixos ortogonais, uns com alinhamentos de buxo de elevado porte, outros com pérgulas. Nos jardins encontram-se estátuas de figuras mitológicas sobre pedestais e bancos em que prevalecem as cores branco e ocre. Um sistema de levadas percorre o jardim. Num nível inferior ao tanque das duas estátuas desenvolve-se um jardim de buxo com canteiros destinados a plantas anuais, sucedem-se talhões de cultivo, nomeadamente ocupados por pomares, e para poente é-se levado para um bosque até um grande tanque redondo com uma sereia ao centro, rodeado por bancos e com uma pequena casa de fresco com quatro arcos. Seguindo o eixo da casa de fresco para sul encontra-se uma piscina, campos de ténis e outros equipamentos de apoio ao hotel, seguindo-se espaços de cultivo e olival.
A fonte do pátio da entrada – Fonte de São Lourenço da cidade de Elvas, datada de 1626 - e as estátuas foram arrematadas por João António de Sequeira em hasta pública.
Inventário: Teresa Andresen - janeiro 2019
inserido na ROTA DO ALENTEJO
Quinta de Santo António
(consultada em maio de 2019)
Quinta de Santo António. Hotel Rural. História da Quinta (documento policopiado cedido pelos proprietários), s/d
http://www.monumentos.gov.pt/Site/APP_PagesUser/SIPA.aspx?id=10716