Quinta do Casal Branco
Lisboa | Almeirim
Quinta do Casal Branco
A Quinta do Casal Branco localiza-se na margem esquerda do rio Tejo, a sul de Almeirim, na EM 118. Santarém que fica na margem direita do rio, em frente a Almeirim, dista cerca de 8 km.
Os terrenos da Quinta do Casal Branco fizeram parte da Coutada de Almeirim constituída anteriormente à construção dos paços reais de Almeirim mandados construir por D. João I em 1411 e dados como terminados em 1440. Territórios de caçadas e de produção de madeira, com a Restauração em 1640 e o governo do reino nas mãos da casa de Bragança, os paços reais perderam a sua importância. O de Almeirim, depois de muito afetado pelo terramoto de 1755, foi mandado demolir em 1792 por D. João, príncipe regente. Os terrenos da coutada acabaram por passar para a fazenda pública e foram vendidos ao mesmo tempo que se faziam importantes obras para o enxugo dos campos. A Quinta do Casal Branco mantém-se na posse da família Braamcamp Sobral Lobo de Vasconcellos desde 1775, o ano em que Anselmo José da Cruz Sobral (1728-1802) recebeu as terras da família real. Trata-se de uma propriedade com 1100 ha, praticamente plana com terrenos na charneca e na lezíria, e com uma vasta tradição agrícola nomeadamente na viticultura e nos cavalos. Atualmente a vinha ocupa cento e vinte hectares e a primeira adega data de 1817. O 2.º Conde de Sobral, D. Luís de Mello Breyner (1807-1876), pelo seu casamento com Adelaide Braamcamp Sobral de Almeida Castelo Branco, foi o fundador da Coudelaria do Casal Branco. No início do século XX, a quinta sofreu uma profunda renovação da iniciativa de Manuel Braamcamp Sobral que introduziu maquinaria a vapor, novas castas de vinha, modernizou e ampliou a adega. A quinta hoje continua a ser uma referência quer nos vinhos quer na arte equestre.
A quinta desenvolve-se dos dois lados da estrada e está organizada em função de um eixo perpendicular à estrada. A nascente encontram-se os edifícios agrícolas hoje também servindo para o acolhimento dos visitantes. No seu entorno encontram-se extensas áreas de vinha, a par com pivots de rega de milho e culturas hortícolas. A casa, do lado poente da estrada, foi construída em meados do século XX dentro de espaço murado e é envolta por extensos terreiros, laranjais, jardins de buxo, bosquetes e um espaço murado destinado a horta e pomar. Apresenta como que duas fachadas – uma nascente virada para a estrada e outra a poente virada para a vala de Alpiarça e para o Tejo que conduz a um portão em ferro, ladeado por dois edifícios destinados a carpintaria e garagem. A entrada principal faz-se a partir da estrada acedendo-se por um portão. Um caminho conduz diretamente à casa, ladeado logo à entrada pelos laranjais e depois pelos jardins de buxo sob a copa de árvores de grande porte, estando separados por dois arruamentos em que o da direita conduz a um pombal, uma estrutura notável e em bom estado de conservação, que é referido como testemunho da prática da falcoaria praticada noutros tempos naqueles lugares.
Inventário: Teresa Andresen - outubro 2020
inserido na ROTA DO TEJO
Quinta do Casal Branco
(Consultada em janeiro de 2020)