Quinta de Santo António

Lisboa | Golegã

Quinta de Santo António

A Quinta de Santo António, antiga Quinta da Baralha, sobre a EN 118 que atravessa a vila da Golegã, encontra-se na sua parte sul, bem próxima ao rio Tejo. A primeira referência que se conhece da quinta data de 1674 tendo sido o Solar reconstruído na actual forma em 1776 pelo doutor José Pereira de Brito, Bacharel formado em Leis, filho de Francisco de Brito Vidigal que foi físico-mor no Estado da Índia, parentes de São João de Brito, datando dessa época os azulejos seiscentistas. Na capela, dedicada a Santo António os azulejos representam cenas da vida de Nossa Senhora.

Durante as Invasões Francesas a casa foi pilhada vendo-se ainda vestígios da destruição de alguns azulejos pelas baionetas dos soldados. Na segunda metade do séc. XIX, sendo o seu proprietário o doutor João Amaro Mendes de Carvalho, sofreu melhoramentos tendo sido totalmente revestida a pinturas murais no seu interior com paisagens bucólicas, cenas mitológicas e pinturas “tromp l’oeuil” e na capela foram pintados São João Baptista e Santo Amaro. A propriedade foi adquirida no princípio do século XX por João d'Assunção Coimbra (1866-1956), proprietário agrícola, para habitação de sua filha Júlia d’Assumpção Coimbra de Castro, e ainda hoje se encontra na posse de seus descendentes. É a sede da Coudelaria Coimbra Castro Canelas, um importante centro de cultura equestre na Golegã.

Acede-se por um portal que dá diretamente para um pátio fechado com árvores tendo a casa com a sua capela no enfiamento do portão, antecedida por um canteiro redondo relvado e com canteiros de flores. Uma passagem junto à capela dá acesso a um pátio agrícola. A casa foi construída e reconstruída em 1674, 1776 e 1858, séculos XVII-XVIII-XIX. Nos lados do pátio encontram-se diversos edifício de uso agrícola, tendo um deles sido utilizado como museu dos sócios da Associação Portuguesa de Atrelagem onde se encontram exemplos notáveis de carros de atrelagem, nomeadamente “os dois carros que pertenceram ao Conde de Fontalva, pioneiro da atrelagem desportiva em Portugal, o Private Road Coach de Hooper & Cº, de London, 1893, que em 1895 foi de Lisboa a Paris e o Grande Break de Caça, de Desouches, Paris, 1896, que foi de Cartagena, Espanha a Lausanne e Marselha em 1899.” Atrás da casa, através de umas escadas, acede-se a um patamar virado a sul onde se encontra um jardim todo murado tendo ao centro uma pequena fonte. O jardim, no alinhamento das escadas tem um portão e por sua vez, mais uns degraus conduzem a novo patamar ajardinado que em Invernos rigorosos ficam submersos pelas cheias do Tejo. Daqui avistam-se alguns dos campos da quinta que é sede de uma exploração agrícola de 870 ha, nos concelhos da Golegã e Chamusca e que produz cereais, hortícolas, azeite e produtos florestais e onde pastam os cavalos da coudelaria. A poente dos dois patamares de jardins, por um caminho ao longo de um aqueduto, acede-se à zona das hortas onde ainda persiste o antigo sistema de rega associado à compartimentação da horta e ligado a um tanque.

Em vias de classificação como imóvel de interesse municipal.

Inventário: Teresa Andresen - janeiro 2019

inserido na ROTA DO TEJO

Quinta de Santo António

Rua D. João IV