Jardim das Amoreiras

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Jardim das Amoreiras

Localizado perto do Rato, o Jardim das Amoreiras, é mais uma praceta de bairro (square) do que um jardim. O jardim vive á sombra dos arcos do Aqueduto das Águas Livres, da grande construção da Mãe de Água, e da arquitetura chã da antiga fábrica das sedas idealizada pelo Marquês de Pombal, agora Museu Vieira da Silva.

O Aqueduto das Águas Livres, o grande aqueduto em pedra de Lisboa, idealizado desde 1571, foi autorizado para construção em 1731 e começou a entregar água a Lisboa em 1748, tendo uma extensão total de 60.000 metros, contando com as ramificações e considerando os 4.650 metros subterrâneos. O seu troço mais imponente é o que atravessa Campolide, sobre a Ribeira de Alcântara — tem 941 metros de comprimento e 35 arcos, tendo o arco central uma altura de 65 metros e uma largura de 29 metros. O aqueduto resistiu ao terramoto e traz a água para distribuir a Lisboa despejando-a na Mãe de Água, uma construção cúbica em pedra branca onde se armazenava a água para distribuir na parte poente de Lisboa. Os arcos do aqueduto definem o limite nordeste-sudoeste do jardim das Amoreiras e terminam na mãe de água localizada no vértice sul do jardim. (Castel-Branco, 2013). 

O jardim das Amoreiras foi mandado construir em 1759 pelo Marquês de Pombal. Na época, o mesmo fazia parte do primeiro parque industrial de Lisboa, dedicado à indústria das sedas. A rodear o jardim encontram-se ainda hoje os edifícios setecentistas que se destinavam maioritariamente ao alojamento dos fabricantes de seda. O jardim em si também fazia parte da fábrica pois era plantado só de amoreiras que alimentavam os bichos-da-seda e produziam casulos, tratados logo ali, na fábrica e a água necessária ao processo vinha do aqueduto.

Tendo passado por vários proprietários desde o segundo quartel do séc. XIX, a então Real Fábrica da Ceda do Rato sofreu um grande incendio em agosto de 1897, que a deixou inativa. Abandonado o fabrico das sedas, também muitas das amoreiras foram substituídas. Hoje em dia podemos encontrar uma variedade de árvores no jardim, desde tílias e castanheiros da India e a gingko bilobas, que eternizam o jardim no Outono com as suas folhas amarelo-dourado.

O jardim tem uma planta retangular orientada a nordeste-sudoeste, é composto por canteiros ladeados por uma pequena vedação metálica recortados por caminhos que se encontram no centro do jardim num chafariz e possui também alguns painéis de azulejos dispersos provenientes da Igreja da Luz de Carnide e feitos por Policarpo de Oliveira Bernardes. No final do século XX, foral instalados um quiosque, um parque infantil e vários bancos onde as pessoas se sentam à sombra nas tardes de Verão.

Sendo um jardim com grande afluência que oferece um refúgio ao calor de Lisboa no Verão e um local protegido do vento no Inverno.

Incluído na Zona Especial de Proteção do Aqueduto das Águas Livres - Troço das Amoreiras (v. IPA.00006516) / Incluído na Zona de Proteção do Aqueduto das Águas Livres (v. IPA.00006811).

Texto de Inventário: Luísa Correia – 2015.

Adaptação: Guida Carvalho – 2019.

Revisão: Cristina Castel-Branco – 2019.

inserido na ROTA DA GRANDE LISBOA

Jardim das Amoreiras

(Consultada em setembro de 2019)
CASTEL-BRANCO, Cristina – Lisbone en ses Jardins: Je jardin à la portugaise. In OLIVEIRA, Luisa Braz de Oliveira. Lisbonne: Historie, Promenades, Anthologie & dictionnaire. Paris: Éditions Robert Laffont, 2013. p. 411-430.
. GUIA de Portugal: Generalidades Lisboa e Arredeores I - Lisboa [S.l.] : Fundação Calouste Gulbenkian, 1979. Vol. 1. p. 336.
http://www.monumentos.gov.pt/Site/APP_PagesUser/SIPA.aspx?id=23907

Praça das Amoreiras 30