Parque do Bonfim
Lisboa | Setúbal
Parque do Bonfim
O parque do Bonfim em Setúbal, localizado junto ao estádio do Bonfim, entre a Avenida 22 de Dezembro e a Avenida Alexandre Herculano, está integrado na malha urbana da cidade, numa zona de planície, e é há muito o pulmão verde da cidade.
O primeiro jardim neste local foi mandado plantar pelo Rei D. Manuel I, em terrenos da antiga Herdade Barbuda, tornando-se um dos primeiros passeios públicos de Portugal - também designado por Rossio. No século XVII é aqui construída uma fonte de base octogonal, alimentada por um aqueduto. Estas estruturas acabam por desaparecer e quatro séculos depois o Parque do Bonfim vai tornar-se num dos primeiros parques públicos modernistas em Portugal.
O projeto foi encomendado pela Câmara Municipal de Setúbal (CMS) a António Viana Barreto, que desde logo se revela como um dos grandes projetistas da primeira geração de arquitetos paisagistas portugueses. Viana Barreto, acabado de se formar, termina o projeto em colaboração com arquiteto paisagista Albano Castelo Branco em 1953. A obra é iniciada 3 anos mais tarde, em 1956.
Durante duas décadas o Parque do Bonfim foi um parque com muita afluência e boa capacidade de carga, respondendo com qualidade aos desejos da população. Na década de 90 foi no entanto necessário fazer alterações (1996-1998), nomeadamente instalação de rega automática, novo mobiliário urbano, melhoria do sistema de drenagem, recuperação da iluminação e pavimentos, recuperação dos relvados, construção de uma vedação para fecho do jardim e redução do estrato arbustivo por questões de segurança. (Castel-Branco, 2014).
Hoje em dia o parque, de planta pentagonal, é todo ele gradeado, possuindo oito entradas. Destaca-se na sua área, a existência de um grande relvado a norte rodeado por maciços arbóreos e nalgumas zonas alinhamentos de árvores em que predomina o plátano (Platanus orientalis), o centro do parque é ocupado por um grande lago de forma elipsoidal com jatos de água e uma ilha ao centro. O parque tem dois caminhos principais que acompanham os seus limites e um terceiro que o atravessa e serve de ligação entre os outros dois e os vários caminhos secundários que o atravessam. No extremo nordeste do parque existe um pequeno tanque circular ladeado por um maciço de bambu (Arundinaria falconeri) que alimenta o canal de água que acompanha, sinuoso, um dos caminhos secundários até ao lago. Entre o lago e a entrada central sul, existe um busto em bronze da autoria de Castro Lobo, em memória do poeta António Maria Eusébio, conhecido pelo "Calafate". A vegetação do parque inclui um variado elenco de árvores que inclui espécies como: O Cedro-do-Buçaco (Cupressus lusitanica), a catalpa (Catalpa bignonioides), a araucária (Araucaria bidwilli), a palmeira-das-canárias (Phoenix canariensis), o choupo negro (Populus nigra), o ginko (Ginko biloba), a magnólia (Magnolia grandiflora), a tília (Tilia cordata) e o cipreste (Cupressus sempervirens) (monumentos.pt). Dentro do parque podemos encontrar vários equipamentos como um parque infantil, a universidade sénior de setúbal e o café restaurante “Confraria do Bonfim”.
Araucaria bidwili classificada como de Interesse Municipal.
Texto de Inventário: Cristina Castel-Branco – 2013.
Adaptação: Guida Carvalho – 2019.
Revisão: Cristina Castel-Branco – 2019.
inserido na ROTA DA GRANDE LISBOA
Parque do Bonfim
(Consultada em Setembro de 2019)
ARAÚJO, Ilídio de – Arte Paisagista e Arte dos Jardins em Portugal. Lisboa : Centro de Estudos de Urbanismo, 1962. pp. 103-104.
GUIA de Portugal: Generalidades Lisboa e Arredeores I. Lisboa [S.l.]: Fundação Calouste Gulbenkian, 1979. Vol. 1. p. 660.
CASTEL-BRANCO, Cristina – Jardins de Portugal. Lisboa: CTT Correios de Portugal, 2014, pp. 208-211.
http://europeangardens.eu/inventories/pt/ead.html?id=PTIEJP_Lisboa&c=PTIEJP_Lisboa_J64&qid=sdx_q32
http://www.monumentos.pt/Site/APP_PagesUser/SIPA.aspx?id=24128