Calvário de Arouca

O Calvário de Arouca localiza-se na União de Freguesias de Burgo e Arouca, concelho de Arouca, a norte do centro da vila e a cerca de 550 metros de distância do Mosteiro de Santa Maria de Arouca, ocupando uma área de, aproximadamente, 1.000 m². Erguido numa formação de maciço granítico irregular, a cerca de 320 metros de altitude e sobranceiro ao vale do rio Arda, acede-se a ele a partir do mosteiro e capela da Misericórdia pela rua Dr. Figueiredo Sobrinho.

É mandado construir, no século XVII, pela Confraria do Senhor dos Passos, instituída na Capela da Misericórdia em 1621 e que tinha por missão, desde 1626, organizar a procissão dos Passos durante as celebrações da Quaresma. Em 1948 é classificado como Imóvel de Interesse Público e, na década de 1970, verifica-se a necessidade de realizar obras de conservação mas só no final do século XX viria a ser substituída a cruz central do calvário, que procurou copiar fielmente o modelo original.

O calvário é composto por um conjunto maneirista de seis altos cruzeiros dispostos em “T”, um singular púlpito de forma cilíndrica e um nicho encimado por cruz, estando o cruzeiro central datado de 1627 e o púlpito de 1643. O conjunto era completado por sete outros cruzeiros, de desenho semelhante, compondo uma Via Sacra desde o Mosteiro de Santa Maria até ao calvário, dos quais sobrevivem atualmente quatro: um adossado à fachada do mosteiro, um no largo Dr. Ângelo Miranda, um no largo de Santo António, junto à capela homónima, e um adossado à parede da Casa dos Malafaias, ou Casa Grande, já no acesso ao calvário, na rua Dr. Figueiredo Sobrinho.

Desde os pontos mais altos deste conjunto monumental de grande beleza cénica, e da pequena zona de lazer a nascente, composta por espaços relvados e bancos, ensombrados por pérgulas e oliveiras, obtém-se um largo panorama sobre o vale do Arda, desde a Senhora da Mó à Serra da Freita. No topo do conjunto de degraus que se desenvolve a nascente do calvário e que dá acesso à zona de lazer, existiu um monumental sobreiro, com cerca de 300 anos à data da sua classificação, em 2010, como Árvore de Interesse Público (Nº Processo: KNJ1/561, Classificação: Aviso nº 16 de 23/07/2010). Removido após a sua morte, em 2018, a base do seu tronco pode ainda ser observada no local.

IIP - Imóvel de Interesse Público, Decreto nº 37 077, DG, 1ª Série, nº 228, de 29 setembro 1948.

Inventário: Matilde Cerqueira Gomes, João Almeida e Teresa Portela Marques – abril de 2020.

inserido na ROTA DO GRANDE PORTO