Quinta de Chão Verde
Norte | Gondomar
Quinta de Chão Verde
A Quinta de Chão Verde localiza-se em Rio Tinto, Gondomar, hoje em ambiente profundamente urbano, à face da N 15.
A propriedade, com cerca de 1 hectare, foi propriedade de António Lourenço Correia, que regressado do Brasil com grande fortuna, dá início em 1864 à construção da casa e quinta de Chão Verde. Faleceria em 1897, com apenas 51 anos. Solteiro e sem filhos, a propriedade seria herdada pelo seu sobrinho, estando até aos dias de hoje na posse da família. O jardim, de formato irregular, de desenho eclético e decoração profusa, reflete a personalidade notoriamente excêntrica do seu proprietário, então conhecido como “o Lâmpada” ou “o Arara”.
Desenvolve-se em patamares, estando o primeiro ao nível da rua. Longo e estreito, caracteriza-se pelas paredes decoradas por embrechados, azulejos, medalhões cerâmicos e cores vibrantes da cocheira/cavalariça e do muro da propriedade. Três fontes embelezam o espaço; a primeira, circular e decorada com uma figura oriental, entre a casa e a cocheira, a segunda e a terceira adossadas à cocheira e ao muro, respetivamente, decoradas com figura de deusa/ninfa e cabeças de cariz grotesco a segunda, e carranca de granito e figuras mitológicas (Neptuno, sereias e ninfas) conchas e búzios a terceira. Ainda neste patamar, entre a cavalariça e a fonte de Neptuno, encontra-se um alto mirante, também ele largamente decorado por azulejos e embrechados.
Por um portão decorado com pagodes cerâmicos, hoje largamente arruinados, desce-se a um segundo patamar, octogonal, pontuado por uma fonte com o mesmo formato e muito ensombrado por camélias, rododendros e teixos centenários. A este octógono juntam-se dois pequenos e recatados jardins triangulares contendo nos seus centros esguios chafarizes de mármore e onde se podem observar também os muros de suporte do patamar octogonal, decorados com embrechados num padrão regular. O conjunto destes três espaços dá origem aos alinhamentos dos três eixos principais, em forma de pé-de-galo, que definem a organização de um terceiro patamar, o maior de todos, onde se situam os terrenos agrícolas da quinta, divididos em talhões de formato regular.
Os caminhos que os definem são cobertos quer por ramadas quer por fruteiras orientadas em túnel e ladeados por sebes de buxo. Sensivelmente a meio do eixo principal encontra-se uma fonte circular, rodeada por altos arcos de buxo topiado, esculturas representando as quatro estações e bancos metálicos. No fim deste eixo encontram-se as muito arruinadas cascata, estufa e passarinheira. A partir da cascata e seguindo ao longo do muro da quinta, quer para a esquerda quer para a direita, encontram-se ainda duas casas de fresco, hoje destelhadas, decoradas com grandes painéis de azulejos policromos representando figuras mitológicas. A norte da casa, do lado nascente, encontra-se ainda um pequeno elemento de água de formato retangular, outrora decorado com alegorias aos rios Douro e Tejo.
Inventário: João Almeida – fevereiro de 2020.
inserido na ROTA DO GRANDE PORTO
Quinta de Chão Verde
(Consultada em fevereiro de 2020)
http://manueljosecunha.blogspot.com/2017/01/antonio-correa-lourenco-quinta-de-chao.html
http://portojofotos.blogspot.com/search?q=quinta+ch%C3%A3o+verde
https://umolharsobreriotinto.wordpress.com/patrimonio-construido/patrimonio-material/quintas/quinta-de-chao-verde