Santuário do Bom Jesus de Matosinhos

Norte | Matosinhos

Santuário do Bom Jesus de Matosinhos

O Santuário do Bom Jesus de Matosinhos localiza-se numa elevação na margem esquerda do rio Leça, sobranceira ao porto de Leixões, em Matosinhos, e ocupa uma área com cerca de 1,5 hectares.

No século XVI, face à decadência e ruína da igreja do Mosteiro de São Salvador de Bouças, a Universidade de Coimbra, que desde 1542 possuía o padroado de São Salvador, manda construir a poucas centenas de metros de distância, já no lugar de Matosinhos, uma nova Igreja. Os trabalhos são entregues, em 1559, a João de Ruão ao qual se juntou Tomé Velho, entre 1576 e 1579, altura em que a obra, de feição renascentista, ficou concluída.

No século XVIII, com o crescimento da Confraria do Bom Jesus de Matosinhos, fundada em 1607, decorrem sucessivas obras na igreja que a alteram significativamente. A partir de 1743, é profundamente modificada pelo arquiteto italiano Nicolau Nasoni que elabora uma fachada barroca totalmente nova. Em 1760, ocorre a sagração do santuário, mas só em 1867 se consideram finalmente concluídas as obras da igreja. Em 1982, o Santuário do Bom Jesus de Matosinhos é classificado como Imóvel de Interesse Público.

A poente da igreja localiza-se um amplo adro arborizado, palco primordial das festas do Senhor de Matosinhos, sendo o acesso principal feito a partir da avenida D. Afonso Henriques através de três portões junto aos quais se destacam dois grandes chafarizes de granito. O espaço organiza-se, fundamentalmente, numa malha regular formada pela igreja e pelas seis capelas que delimitam o adro a norte e a sul, representando diversas cenas dos Passos da Paixão de Cristo: a Agonia no Horto, a Prisão de Jesus, a Flagelação, o Pretório, o Ecce Homo e Jesus caído sob o peso da Cruz.

Entre as capelas criaram-se, posteriormente, diversos espaços ajardinados, com canteiros e bancos, bem como outros elementos construídos em alvenaria de pedra revestida a cimento, tais como pequenas grutas e miradouros com varandins sobre o adro, todos eles de feição romântica. Do século XIX será também o coreto com trabalho em ferro, a sul da igreja. Nas traseiras das três capelas a sul, a uma cota superior, encontra-se ainda um outro espaço ajardinado, mais recatado, formado por um conjunto de oito canteiros dispostos em torno de um lago com repuxo ao centro.

No que concerne à vegetação arbórea, os plátanos são a espécie com maior presença no adro, podendo outras, no entanto, ser pontualmente observadas, nomeadamente, choupo-branco, tília-prateada, salgueiro-chorão, teixo, araucária-de-Norfolk, castanheiro-da-índia, camélia, oliveira, palmeira-da-china, carvalho-escarlate e padreiro, complementadas por outras, arbustivas, como azálea, rododendro, azevinho, oleagno, evónimo, hortense e buxo, entre outras.

IIP - Imóvel de Interesse Público, Decreto nº 28/82, DR, 1ª Série, nº 47, de 26 fevereiro 1982.

Inventário: Matilde Cerqueira Gomes, João Almeida e Teresa Portela Marques – abril de 2020.

inserido na ROTA DO GRANDE PORTO

Santuário do Bom Jesus de Matosinhos

(Consultada em abril de 2020)
http://www.monumentos.gov.pt/Site/APP_PagesUser/SIPA.aspx?id=4963
http://www.patrimoniocultural.gov.pt/pt/patrimonio/patrimonio-imovel/pesquisa-do-patrimonio/classificado-ou-em-vias-de-classificacao/geral/view/73419
https://www.cm-matosinhos.pt/pages/1301
https://paroquiadematosinhos.pt/historia
http://maquina1.portodigital.pt/sitios-amp/sitio/70

Avenida Dom Afonso Henriques, Matosinhos