Jardim do Passeio Alegre

O Jardim do Passeio Alegre está localizado no extremo sul da União de Freguesias de Aldoar, Foz do Douro e Nevogilde, no Porto. Construído na margem do rio Douro, entre o Forte de São João Baptista, a poente, e o Farol e Capela de São Miguel-o-Anjo, a nascente, classificados como Imóvel de Interesse Público em 1967 e 1951 respetivamente, ocupa uma área de, aproximadamente, 3,3 hectares.

Implantado sobre terrenos conquistados ao rio, o projeto do jardim terá sido encomendado, em 1870, pela Comissão de Banhistas, a Emílio David, arquiteto paisagista alemão autor do desenho dos jardins do Palácio de Cristal. A construção do jardim, no entanto, só se inicia em 1888, segundo projeto do arquiteto paisagista Jerónimo Monteiro da Costa, após a conclusão do aterro e cedência do terreno à Câmara Municipal do Porto pelo Ministério das Obras Públicas, sendo a sua inauguração realizada em 1892.

A 30 de novembro de 1993, passados quase 100 anos desde a data da sua inauguração, o Jardim do Passeio Alegre é classificado como Imóvel de Interesse Público.

O jardim, acessível a partir de todo o seu perímetro, desenvolve-se sobre um eixo central com cerca de 400 metros de comprimento. Do lado nascente, tem o seu início entre os dois obeliscos de granito de autoria de Nicolau Nasoni, provenientes da Quinta da Prelada e aí instalados em 1937, classificados como Imóvel de Interesse Público desde 1938. Do lado poente, inicia-se junto ao imponente chafariz setecentista proveniente do antigo Convento de São Francisco, classificado como Monumento Nacional desde 1910. A área central do jardim, desenvolvida ao longo deste eixo, é uma imponente alameda dupla de plátanos-híbridos, pontuada por palmeiras e rematada, em ambas as extremidades, por um tanque circular onde foram, mais recentemente, colocados elementos escultóricos, nomeadamente “A Menina e a Foca” (1953) de Dário Boaventura e o “Batismo de Cristo” de Alberto Pinto Amorim.

Em torno desta alameda formal, o jardim assume um carácter mais naturalizado, sob a forma de bosque entrecortado por uma rede de caminhos de desenho informal, pontuado por magnólias-de-flores-grandes, camélias, choupos, pitósporos-da-China e rafiolépis, e onde assumem especial destaque os singulares conjuntos de araucárias-de-Norfolk e palmeiras-das-Canárias, classificados como Arvoredo de Interesse Público em 2005 e, por fim, os dois grandes metrosíderos junto ao chafariz do Convento de São Francisco, igualmente classificados em 2005. Em 1973 é construído, na zona sudoeste do jardim, o minigolfe da Foz que lhe subtrai uma área significativa de bosque.

Por entre o arvoredo encontram-se ainda três elementos arquitetónicos dignos de nota: o Chalé Suíço, rematado por um carneiro branco no topo, numa possível alusão ao seu primeiro proprietário, António Carneiro dos Santos, datado de 1873 e classificado como Imóvel de Interesse Municipal em 1996; o coreto, de 1902, localizado sensivelmente a meio da alameda dos plátanos e o edifício dos sanitários públicos, de 1910, decorado com azulejos Arte Nova. Em 1967, é instalado o monumento do centenário do nascimento de Raúl Brandão, natural da freguesia da Foz do Douro, com escultura de Henrique Moreira e arquitetura de Rogério de Azevedo.

IIP - Imóvel de Interesse Público, Decreto nº 45/93, DR, 1ª Série-B, nº 280, de 30 de novembro de 1993.

Arvoredo de Interesse Público
Araucária-de-Norfolk (Araucaria heterophylla (Salisbury) Franco)
28 exemplares
Nº Processo: KNJ3/047
Classificação: D.R. nº 6 II Série de 10/01/2005

Palmeira-das-Canárias (Phoenix canariensis Chabaud)
63 exemplares
Nº Processo: KNJ3/048
Classificação: D.R. nº 6 II Série de 10/01/2005

Metrosídero (Metrosideros excelsa Soland ex Gaertn.)
Nº Processo: KNJ1/448
Classificação: D.R. nº 6 II Série de 10/01/2005

Metrosídero (Metrosideros excelsa Soland ex Gaertn.)
Nº Processo: KNJ1/449
Classificação: D.R. nº 6 II Série de 10/01/2005

Inventário: Matilde Cerqueira Gomes, João Almeida e Teresa Portela Marques – abril de 2020.

inserido na ROTA DO GRANDE PORTO