Parque de Nossa Senhora dos Milagres

O Parque de Nossa Senhora dos Milagres localiza-se no Monte do Pião, freguesia de São João da Madeira, e ocupa uma área com cerca de 6 hectares, em posição altaneira sobre a cidade, atingindo os 242 metros de altitude no seu ponto mais elevado.

Inspirados pelas palavras do Padre Serafim Leite, que defendia, em 1926, a arborização do despido e árido Monte do Pião, tendo em vista a sua conversão numa “dessas estâncias aprazíveis e saudáveis que atraem a atenção geral e oferecem a todos os naturais e estranhos uns momentos de repouso e tranquilidade interior”, um grupo de cidadãos institui, em 1930, uma comissão, o Grupo Patriótico Sanjoanense, para a construção do primeiro parque público de São João da Madeira, que incluiria também um santuário, dedicado a Nossa Senhora dos Milagres.

O projeto para o parque é realizado pelo arquiteto paisagista portuense Jacinto de Matos e, graças aos donativos efetuados pela população local, em 1932, são iniciadas as plantações de árvores e arbustos. Em 1934, principiam os trabalhos de construção do santuário que viria a ser inaugurado, juntamente com o parque, a 6 de novembro de 1938, pelo Bispo do Porto, D. António Augusto de Castro Meireles.

Desde a sua construção, o parque tem sido alvo de algumas intervenções de nível funcional e estrutural, nomeadamente a instalação de um parque infantil, circuitos de manutenção e a abertura de novos caminhos. Em 1996, a gestão do parque passa a ser da competência da Junta de Freguesia de São João da Madeira.

Acede-se ao parque através de várias entradas, estando a principal localizada no seu topo norte, no final da rua António José das Neves. Daí, seguindo em direção ao santuário, encontra-se à esquerda, no centro de um recatado espaço circular, um cruzeiro, ladeado por um par de tuias. Retomando o percurso inicial, no topo de uma escadaria, e ocupando o ponto mais alto do parque, encontra-se o Santuário de Nossa Senhora da Conceição, capela de feição neorromânica, no centro de um amplo patamar rodeado por densa vegetação, maioritariamente coníferas, como por exemplo sequoias, cedros, criptomérias e ciprestes. À entrada deste espaço, à direta de quem sobe, encontra-se, ao fundo de um relvado retangular, um memorial aos fundadores do santuário.

A partir deste ponto desenvolve-se a uma rede de caminhos que serpenteia pela encosta pouco declivosa do monte, igualmente coberta por frondosa e diversificada vegetação, de coníferas e folhosas, nomeadamente carvalho-alvarinho, carvalho-americano, sobreiro, castanheiro, freixo, tulipeiro-da-Virgínia, pinheiro-bravo, eucaliptos, butiás e camélias, entre muitas outras espécies, encontrando-se, na sua sombra, bancos e pequenas zonas de estadia.

Na zona sul do parque, cruzado pela Ponte dos Garcias, encontra-se o lago, de formas naturalizadas, que se desenvolve em dois níveis ligados por uma cascata de degraus. O nível superior, de menores dimensões, encaixado na encosta e acessível por via de uma rampa, contém uma pequena península na qual cresce um magnífico plátano.

Inventário: Matilde Cerqueira Gomes, João Almeida e Teresa Portela Marques – maio de 2020.

inserido na ROTA DO GRANDE PORTO