Quinta da Bela Vista

A Quinta da Bela Vista situa-se freguesia de São Martinho, na zona da Nazaré, a cerca de 3 km do centro histórico do Funchal, com cotas de 209 a 220 metros de altitude, com exposição predominante a sul. Localiza-se no Caminho Avista Navios, local privilegiado devido à vista panorâmica da baía do Funchal. A quinta tem uma área total de cerca de 1,7 ha, dos quais cerca de 1 ha de área de jardim. Esta quinta foi construída em 1844 pela família Eça de Almeida, tendo tido vários proprietários desde então, nomeadamente a família Bianchi, c. 1860, e Manuel José Perestrelo Favila Vieira, c. 1900. Em 1979, foi adquirida por Roberto de Ornelas Monteiro que posteriormente a expandiu pela aquisição de parcelas agrícolas. Em 1989, passou a funcionar como estalagem, designada por Estalagem Quinta da Bela Vista. Parte da antiga área agrícola da quinta de fazenda de bananeiras foi usada para a construção de um novo hotel, atrás da casa da quinta, e de uma piscina um health club. Contígua à Quinta da Bela Vista, a norte, encontra-se a Quinta Avista Navios.

O acesso antigo da quinta era feito através do portão com um caminho empedrado por seixos e ladeado de grandes árvores (til, magnólia, carvalho-roble, incenseiro, canforeira), atualmente é feito mais a sul, através de um portão que acede diretamente ao parque de estacionamento do hotel. A casa principal, orientada a nascente, tem inscrita a data de 1844 junto à soleira da porta. Encontra-se ao serviço dos hóspedes do hotel que aqui dispõem de um ambiente de época valorizado por distintas peças de mobiliário e onde são, nomeadamente, servidas refeições. Na sua frente, num amplo relvado com um pequeno tanque circular ao centro, existe uma glicínia antiga, enquadrada por árvores de grande porte como o til (Ocotea foetens), carvalho-roble (Quercus robur), loureiros (Laurus novocanariensis), magnólias (Magnolia grandiflora), sumaúma (Chorisia speciosa), jacarandás (Jacaranda mimosifolia), tipuanas (Tipuana tipu), canforeira (Cinnamomum camphora), Pouteria sapota, árvores-do-fogo (Brachychiton acerifolius), entre outras. Na coleção de plantas predominam espécies subtropicais e dos climas temperados com Inverno pouco frio, sendo de destacar o conjunto de fetos arbóreos e de palmeiras que pontuam o jardim. O muro principal da quinta está coberto por duas trepadeiras de floração exuberante, os dedos-de-senhora (Distictis buccinatoria), de flores vermelho-alaranjadas na primavera-verão, e as gaitinhas (Pyrostegia venusta), de flores laranja no inverno-primavera. Os caminhos são calcetados com pequenos seixos de basalto, sendo os padrões delimitados com calhaus rolados de pedra calcária. Uma levada atravessa o jardim, com água proveniente da Levada do Curral e Castelejo, sendo usada para irrigação do jardim, com armazenamento num antigo tanque de rega. Alinhado com a casa e o lago, encostado ao muro da quinta, existe um banco ladeado por dois ciprestes. Os canteiros e os caminhos do jardim revelam uma composição geométrica existindo à direita da casa uma notável alameda de tiles. Junto da casa principal existe uma casinha de prazer, um mirante, lugar de eleição para a observação da baía e anfiteatro do Funchal até à Ponta do Garajau. À esquerda, numa cota inferior, localiza-se a atual piscina rematada por um terraço com vista sobre o Funchal.

Inventário: Sónia Talhé Azambuja - março de 2020.

inserido na ROTA DA MADEIRA