03 Rota do Tâmega

Descrição

A Rota do Tâmega vai de Amarante até á raia e congrega um conjunto de jardins, quintas de recreio, parques termais e parques florestais ao longo do Tâmega. Ilídio de Araújo consagrou a designação de “Jardins de Basto” (196?) associando-os à iniciativa das irmãs Pinto Basto D. Emília Ermelinda (Casa do Prado, Celorico da Beira) e  D Justina Praxedes (Casa de Piellas, Cabeceiras de Basto) que, em meados do século XIX, apoiaram Manuel Joaquim Alves Soares a estudar no Porto e em Inglaterra e que veio a ser o fundador de uma escola de jardineiros de Basto, continuada por seu filho Joaquim, responsável pela topiária de cameleiras e teixos em formas mais ou menos bizarras, ora geométricas ora zoomórficas, que ainda hoje se perpetuam na Casa de Piellas, na Casa da Gandarela, na Casa do Prado ou mesmo na Casa da Igreja.

Na segunda metade do século XIX no vale do Tâmega descobriram-se águas termais, ampliando uma história iniciada no tempo dos romanos em  Aquae Flaviae – Chaves. A Rota inclui os parques termais de Vidago, Pedras Salgadas e Carvalhelhos. Integra ainda conjunto de parques florestais com espécies arbóreas notáveis que estão na origem da paisagem florestal que hoje predomina no vale do Tâmega, construída no século passado. Estão localizados em Amarante, Ribeira de Pena e Vila Pouca de Aguiar.

Por sua vez, junto à fronteira encontra-se cum conjunto de pequenos santuários, de traça mais ou menos vernacular, em recintos tão agrestes como acolhedores, que são miradouros sobre uma paisagem de grande beleza e posicionados em locais com uma história de culto, bem mais antiga do que a marca cristã que hoje aí encontramos.

Com 145 km de comprimentos, o rio Tâmega nasce em Espanha, na Serra de San Mamede e desagua no Douro em Entre-os Rios. O vale do Tâmega é um espaço de transição entre o Minho e Trás-os-Montes. Tem os seus horizontes definidos pelas serras do Barroso, Cabreira, Alvão, Senhora da Orada, Senhora da Graça ... que definem um vale predominantemente encaixado determinado por uma falha geológica. Espaço cénico por excelência, em que os planos se sucedem mudando de tonalidade com a hora do dia e as estações do ano. A marca da presença humana é distinta da de hoje e a paisagem está num acelerado processo de transformação.